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PAZUELLO DIZ QUE CLÁUSULAS DA PFIZER ERAM “ASSUSTADORAS”

Redação - 19/05/2021 12:12 - Atualizado 19/05/2021

O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse nesta quarta-feira (19) à CPI da Covid ao ser questionado sobre as negociações com a Pfizer, que cinco cláusulas apresentadas pela farmacêutica, em 2020, eram “assustadoras”.

“O assunto Pfizer é simples de se compreender. A prospecção da Pfizer começou em abril ou maio. Uma vacina completamente diferente do que estamos acostumados, uma tecnologia que não era de conhecimento do Brasil, e de uma empresa que não topava a discussão da tecnologia conosco, não tem transferência de tecnologia”, afirmou o ex-ministro.

“Quando tivemos a primeira proposta oficial da Pfizer (…) naquele momento, a oferta vinha com 5 clausulas que, para mim, eram assustadoras, na época. Estávamos tratando oferta com Oxford que chegaria a 200 milhões de doses, com Covax 42 milhões e a Pfizer colocando cinco cláusulas complicadíssimas”, completou.

Ele detalhou em seu depoimento quais eram essas cláusulas, incluindo uma que exigia a assinatura do presidente da república em contrato – algo que não existiria na legislação brasileira. “A primeira vez que ouvi isso achei muito estranho. E a Pfizer trouxe a US$ 10 a dose e estávamos negociando a US$ 3,75, era 3 vezes mais cara”, explicou.

Pazuello fez questão de frisar que o Ministério da Saúde “nunca fechou as portas” para a Pfizer. “Nós tivemos vinte respostas pra Pfizer”, disse Pazuello, se referindo ao período de agosto a setembro do ano passado. “Eu tenho todas as comunicações da Pfizer, a resposta à Pfizer é uma negociação, estou falando de dezenas de reuniões. Sempre foi: ‘Sim, queremos comprar. Mas não posso comprar se você não flexibilizar tal medida, não ajudar na logística de entrega”, exemplificou. O gerente-geral da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, havia dito na CPI, na semana passada, que o governo brasileiro não respondeu as ofertas da empresa (veja aqui).

O presidente da CPI da Covid no Senado, o senador Omar Aziz (PSD-AM), ameaçou fazer uma acareação entre o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e os executivos da farmacêutica Pfizer devido as declarações contraditórias do general em relação a oferta de vacinas contra a Covid-19.

O senador pediu para que Pazuello envie à comissão os documentos que citou sobre as negociações da vacina. “Peço aos seus assessores para que a gente possa ter acesso o mais rápido possível dos documentos que vossa excelência encaminhou à Pfizer. Porque se não nós vamos ter que chamar a vossa excelência e o presidente da Pfizer para fazer uma acareação”, disse Aziz.

Foto: Dado Ruvic/Reuters

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