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FESTIVAL DE TEATRO DO INTERIOR DA BAHIA SEGUE ATÉ O DIA 28

Redação - 19/05/2021 17:13 - Atualizado 19/05/2021

“O teatro produzido em Salvador se autodeclara e é chamado de teatro baiano. No entanto a cidade é muito pequena para representar toda a Bahia. As peças realizadas no estado, fora da capital, têm as mesmas dificuldades de produção e circulação que em qualquer outro lugar deste país, mas percebo uma série de iniciativas que percorrem os caminhos da identidade e da diversidade cultural da Bahia refletindo outras paisagens, outros cenários, outros questionamentos e seguramente temos iniciativas extremamente profissionais e de uma ousadia estética e temática muito interessantes”.

A afirmação é do diretor Paulo Atto, que concorre com o espetáculo A Travessia do Grão Profundo ao 27º Prêmio Braskem de Teatro pelo Festival de Teatro do Interior da Bahia. O evento retomou a sua programação, adiada em março do ano passado por conta da pandemia do coronavírus.

Atto acredita que há uma maior predisposição ao risco de aventurar-se nos grupos e artistas que estão fora da capital. “Por outro lado, vejo uma necessidade de aprimoramento profissional contínuo, que nem sempre é facilitado nas regiões de atuação dos coletivos”, observa.

“Na verdade, é muito importante a projeção do teatro do interior. E o Prêmio Braskem tem os olhos para o teatro como um todo”, afirma Fernando Marinho, ator, diretor teatral e artista visual e também diretor artístico do festival e presidente do Sindicato dos Artistas e Técnicos (Sated), que apoia o concurso.

De acordo com Marinho, foram 60 espetáculos inscritos nesta edição do festival, representando diferentes regiões do estado. Destes, 12 foram selecionados para as mostras competitivas, sendo que quatro foram apresentados em janeiro do ano passado, antes do início da pandemia, em Jequié.

“Das oito peças restantes que iriam se apresentar em Camaçari e Itabuna, sete terão a encenação transmitida no canal do Teatro da Bahia no YouTube, já que um dos grupos selecionados optou por não continuar no festival”, complementa.

Troféu e R$ 30 mil

Vale lembrar que, além do troféu, os vencedores das categorias Espetáculo Adulto, Espetáculo Infantojuvenil e Espetáculo do Interior recebem um prêmio no valor bruto de R$ 30 mil cada, enquanto os demais vencedores são contemplados com um prêmio no valor bruto de R$ 5 mil cada.

Paulo Atto fala da importância do festival: “Certamente a iniciativa amplia a percepção do público e dos próprios artistas de todo o estado da produção teatral da Bahia em toda a dimensão estética e temática. Além da premiação, acredito que o mais importante seja o fato de chamar a atenção para esta diversidade da cena baiana e para os coletivos que vêm atuando de forma contínua nos diversos territórios e recantos do estado”, diz.

Com o retorno, o festival ganha novos cenários e as apresentações serão transmitidas remotamente, ampliando o público que pode ter acesso aos espetáculos. Inicialmente, as peças seriam apresentadas em Camaçari e Itabuna, mas com a pandemia essa programação foi adaptada, e os trabalhos serão encenados em palcos de Salvador.

Os quatro primeiros espetáculos apresentados em Jequié em janeiro do ano passado tiveram formato presencial e não serão vistos em vídeo. É o caso da peça Construção, de Lauro de Freitas, dirigida por Rubenval Meneses. “O espetáculo é livremente inspirado na música homônima de Chico Buarque e no dia a dia dos operários da construção civil, por meio da linguagem do teatro-circo, além da estética do cinema mudo”, entrega o encenador.

Animado com a possibilidade de abocanhar a estatueta (uma peça dirigida por ele já ganhou em 2001), ressalta que a atual montagem “teve uma recepção surpreendente na cidade”, aproveitando para elogiar a iniciativa de se premiar artistas que atuam no interior. “É muito importante este evento para dar visibilidade a todos que atuam fora da capital”, pontua.

Oficinas

Jorge Albuquerque, que assina a direção de produção do festival, informa que apresentações prosseguem até o dia 28 próximo. Além de terem transmissão em tempo real, todas as sessões serão gravadas e ficarão disponíveis no YouTube até 28 de junho, 30 dias depois da última apresentação”, conta.

O festival também conta com oficinas, que se iniciaram no dia 10 de maio e também são adaptadas para o formato digital. São ministradas por membros da comissão julgadora do festival nas plataformas Zoom e Google Meets.

A última oficina acontece de 24 a 27 de maio, das 9h às 12h, com o tema “Solo Online Zoom – Atuação e Processo Criativo”, com o ator e diretor Fábio Vidal. Os interessados devem se inscrever pelo link.

Concorrem ao Prêmio Braskem na categoria Espetáculo do Interior estes 11 espetáculos: A Travessia do Grão Profundo (Irecê), Marama, Zambi, Nem Tanto, Nem Tão Pouco e Construção (Lauro de Freitas), Nelson em Jogo e Lucas da Feira (Feira de Santana), As Fabulosas Viagens de Frederico (Itabuna), Festa na Fé (Vitória da Conquista), Quebranto (Juazeiro) e Rosas Negras (Alagoinhas).

Foto: divulgação

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