Por: João Paulo Almeida
O recuo na produção industrial da Bahia na comparação com março de 2020 (-18,3%) se deu por conta da terceira queda seguida na indústria de transformação (-20,0%). Em entrevista ao portal Bahia Econômica o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Ricardo Alban explicou que a saída da Ford tem um impacto altamente negativo no segmento no estado.
Quando a Ford anunciou o fechamento da fábrica de Camaçari, levando também ao possível encerramento das atividades das empresas “sistemistas”, que eram fornecedoras da planta. Ao todo, estima-se que sejam eliminados mais de 7 mil empregos diretos e um múltiplo de mais de 6,5 vezes desse valor em empregos indiretos. Para a indústria com um todo, os impactos são significativos. Ainda de acordo com a PIM-PF, no primeiro bimestre deste ano, a produção física da Bahia apresenta queda de 18,7%, reflexo em parte do fechamento da Ford, mas causado em sua maior parte por redução da produção de refino, que acumula queda de 18,5% no ano, pois esse segmento representa quase um terço da indústria (o segmento de Produção de Veículos representava cerca de 5,4% do valor da produção industrial), disse o presidente. Veja a entrevista completa
Por outro lado, a indústria extrativa (18,8%) apresentou resultado positivo após oito recuos consecutivos. Apesar da queda geral no mês, houve retrações em apenas 5 das 11 atividades da indústria de transformação investigadas separadamente no estado, com destaques, mais uma vez, para a fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (-96,4%) e a fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (-34,0%).
Foram essas atividades que mais puxaram a produção industrial baiana como um todo para baixo, pelo terceiro mês consecutivo. Entre as 6 atividades industriais com aumento de produção em março 21/ março 20 na Bahia, os principais destaques, em contribuição para segurar a queda da indústria baiana no mês, vieram, respectivamente, da fabricação de outros produtos químicos (15,4%) e da preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (58,4%), que também apresentou a maior taxa positiva.
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