O senador Jaques Wagner (PT-BA), que é presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado Federal, criticou ontem o discurso do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Cúpula do Clima. Para ele, a fala do chefe do Palácio do Planalto foi “vazia e carregada de mentiras”. “Enquanto o mundo se compromete com avanços na área ambiental, a fala do presidente brasileiro na Cúpula do Clima foi vazia e carregada de mentiras. Além de não demonstrar qualquer compromisso com o Meio Ambiente, apresentou ações que não são do seu governo e mentiu sobre as taxas de desmatamento na Amazônia. Falou em aumentar a fiscalização sobre o desmatamento ilegal quando medidas do seu governo dificultam a tarefa, tentando permitir grilagem nas unidades de conservação e terras indígenas. Para piorar, mendigou recursos para a atuação do Brasil diante da crise climática, e não mencionou que quase R$ 3 bilhões do Fundo Amazônia estão parados por conta da postura do seu governo. Ou seja, continua sem medidas concretas e sem nenhum plano estratégico para que o país alcance a neutralidade das emissões em 2050”, disse Wagner.
O presidente Jair Bolsonaro prometeu adotar medidas que reduzam as emissões de gases e pediu “justa remuneração” por “serviços ambientais” prestados pelos biomas brasileiros ao planeta. Ainda no discurso, Bolsonaro afirmou ter determinado que a chamada “neutralidade climática” seja alcançada pelo Brasil até 2050, antecipando em dez anos a meta anterior. A medida consiste em o país não emitir mais gases na atmosfera do que é capaz de absorver. O brasileiro deu as declarações ao discursar por vídeo na Cúpula de Líderes sobre o Clima, organizada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Bolsonaro foi o 20º a discursar, 1h48min após a cúpula ter começado. Foi o último entre os países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), falando depois das Ilhas Marshall e da Argentina. A ordem foi elaborada pelo governo americano. O presidente Joe Biden não acompanhou o discurso de Bolsonaro e pediu para sair antes da fala de Alberto Fernández, presidente da Argentina, pois tinha uma outra reunião prevista na agenda.(tb)
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