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A ECONOMIA BRASILEIRA TEM UM XERIFE QUE ESTÁ PROTEGENDO SEU BOLSO E SEUS NEGÓCIOS

Redação - 08/04/2021 07:58 - Atualizado 09/04/2021

A economia brasileira tem um xerife e é ele que está protegendo seu bolso e seus negócios. O Ministro Paulo Guedes é a face política da economia e por isso nem sempre pode agir de forma técnica, pressionado pelo Poder Executivo e pelo Congresso Nacional, por isso quem está assumindo o papel de xerife da nossa economia é o Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. E esse xerife tem apontado suas armas para os alvos certos. Campos diz com todas as letras que duas coisas tiram seu sono neste momento: a vacinação em massa e o risco de descontrole das contas públicas. “A vacinação é o que faz a economia abrir”, diz o Presidente do Banco Central. Sem a vacinação em massa, a economia pode até continuar funcionando, patinando entre um lockdown aqui e outro acolá, mas não vai deslanchar. E, mantendo-se o risco de descontrole fiscal, o fantasma da inflação voltará a assustar os brasileiros.

Pode não parecer, mas o xerife Campos protegeu a economia brasileira ao aumentar os juros para 2,75% e estabelecer uma tendência a alta que prevê que a taxa Selic chegue a 5% ao final do ano. Isso foi necessário para conter a inflação, que já começava a sair de controle. Mas não foi apenas isso, os juros baixos estavam desmoralizados, pois quando o governo ia ao mercado para rolar sua dívida, os bancos exigiam juros 3 vezes maiores, pedindo um prêmio altíssimo por conta da incerteza fiscal que coloca em dúvida a sustentabilidade das contas públicas.

Além disso, os juros estão  negativos comparados com a inflação e, por isso,  os investidores tiram o dinheiro das aplicações de renda fixa e jogam na bolsa de valores ou em ativos de risco, inundando o mercado de dinheiro e fazendo a inflação aumentar. E esse dinheiro que está flutuando na economia foi multiplicado por dez com a injeção de bilhões de reais sem lastro que o governo está jogando no mercado, com o auxílio emergencial e outras medidas, para assim enfrentar a pandemia. Esse é um problema mundial, mas em países como o nosso de forte memória inflacionária se não se der início a um processo de enxugamento voltaremos ao tempo da hiperinflação.

O xerife Campos sabe disso e sabe também que se o descontrole fiscal não for contido haverá mais inflação e, o pior de tudo: dificuldade na rolagem da dívida interna brasileira, que já é de 100% do PIB. Por isso, ele luta para consertar a absurda lei orçamentária aprovada no Congresso Nacional, pois sabe que um orçamento com despesas subestimadas torna definitiva a impressão de que o governo perdeu o controle dos gastos e isso é gasolina no fogo da inflação.

Roberto Campos Neto é o xerife da economia brasileira, é ele que está passando a mensagem de que não haverá estouro do teto de gastos e que não transigirá em relação ao descontrole inflacionário. Campos só não consegue estabilizar o mercado de câmbio, a cotação do dólar, mas esse é um mistério que poucos economistas conseguem decifrar e que está relacionada não apenas a inflação e ao risco fiscal, mas também a uma incerteza quanto ao futuro do Brasil, inclusive do ponto de vista político e da pandemia.

No mais, Roberto Campos Neto é o xerife da economia brasileira e é ele que está protegendo seu dinheiro da desvalorização acelerada e tentando dar garantias para que os empresários possam retomar suas atividades, não de forma precária, mas sob o manto da vacinação, do controle inflacionário e da austeridade fiscal.

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