O presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) anunciou ontem troca em seis ministérios e pegou muita gente de surpresa. (Veja aqui). Parlamentares da Bahia tanto do cenário local quanto nacional utilizaram suas redes sociais para comentar as trocas e mostraram que estão sem entender algumas posições do presidente em fazer uma reforma ministerial sem anuncio prévio e questionaram algumas escolhas do presidente.
O deputado baiano Cacá Leão (PP) disse, em publicação no Twitter, que a nomeação da parlamentar Flávia Arruda (PL-DF) para assumir a Secretaria de Governo nesta segunda-feira (29) vai ajudar a relação do Planalto com o Congresso. “Dos novos ministros, posso dizer que a escolha da Deputada Flávia Arruda foi acertada! Jair Bolsonaro escolhe uma mulher competente para comandar a SEGOV e que vai ajudar muito na relação do governo com o Congresso”, escreveu o baiano.
A deputada Alice Portugal (PCdoB) se disse surpresa com as alterações. Para ela, as mudanças sugerem que o governo está passando por um período de instabilidade. “Foi pressão que derrubou os dois [Araújo e Eduardo Pazuello]. Da sociedade, do empresariado, do mercado, do centrão, da esquerda e do povo. Por pressão ele teve que fazer estas alterações. Eu acho que, em contrapartida, ele está tentando radicalizar”, disse.
O ex-candidato a prefeitura de Salvador Bacelar (Podemos) disse que Bolsonaro está sendo refém do centrão. “Enquanto Bolsonaro tiver algo para dar, eles vão tirando tudo. Não acredito que o governo ganha. Isso não atende ao conjunto da Câmara. Isso descontenta o bolsonarismo. Descontenta a esquerda. Apesar de que as mudanças na Saúde e nas Relações Exteriores são bem-vindas. Dificulta o andamento do processo de impeachment. Ele alia a base, ele e o grupo parlamentar que é expressivo”, pontuou.
Mário Negromonte Jr. (PP) indicou que, internamente, há boatos que as Forças Armadas também ficaram surpresas com a demissão de Fernando Azevedo e Silva do Ministério da Defesa. “O que a gente ouve falar e lê é que o setor dos militares foi pego de surpresa no ministério da Defesa, e a Flávia Arruda [nova secretária de Governo] é uma política, era presidente da Comissão de Orçamento. Eu não vejo essa articulação com as forças políticas. Não sei como o governo está pensando, mas a Flávia já é uma pessoa ligada ao partido do Centrão”, analisou.
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