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HUAWEI PODERÁ DISPUTAR LEILÃO DO 5G NO BRASIL

Redação - 16/03/2021 14:15

A saída do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, do comando da Casa Branca e os problemas enfrentados pelo Brasil no combate à Covid-19 levaram o governo brasileiro a autorizar a participação da Huawei, a gigante chinesa de telecomunicações, no leilão 5G. A empresa, que apenas alguns meses atrás parecia ter sido barrada pelas autoridades, não encontrou nenhum obstáculo nas regras anunciadas pelo governo. Com isso, a Hauwei pode ser uma das escolhidas para construir uma ambiciosa rede sem fio 5G no valor de bilhões de dólares. Esse novo posicionamento do Brasil em relação à China difere-se muito do adotado quando Trump ainda comandava os EUA, além de ser diretamente ligado com a situação atual do país.

Na época em que o republicano alertava aliados em todo mundo para evitar a Huawei, denunciando-a como uma perigosa extensão do sistema de vigilância do país asiático, as autoridades brasileiras se manifestaram em concordância ao ex-líder americano. O Brasil mostrava-se a favor dessa conduta por muitas vezes, graças ao ressentimento e a desconfiança que a China vinha sofrendo por ter sido o lugar onde a pandemia começou.

Entretanto, com mais uma nova cepa da Covid-19 em solo brasileiro e o aumento expansivo do número de mortes para seus níveis mais altos, a situação foi invertida. O governo brasileiro precisa adquirir vacinas e materiais necessários para o combate ao vírus, e dessa vez é a China que leva vantagem. Pequim tem capacidade de produzir imunizantes em massa e envia-los para países em desenvolvimento, ao passo que países ricos, como os EUA, estão acumulando milhões de doses para uso próprio.

Em resposta, nas últimas semanas diplomatas, executivos farmacêuticos e outros corretores de energia chineses têm recebido dezenas de pedidos de vacinas de funcionários desesperados na América Latina. Isso fez com que Pequim ganhasse, em pouco tempo, uma influência enorme sob o continente latino americano, uma região onde tem uma vasta rede de investimentos e ambições para expandir o comércio, parcerias militares e laços culturais.

Agora, com hospitais brasileiros sobrecarregados e o país a beira de um colapso, o governo de Bolsonaro se esforçou para amenizar as farpas já trocadas com os chineses. O resultado disso é a inclusão da Huawei no leilão do 5G, apesar dessa transição ter sido feita de maneira sutil. Sem mais empecilhos, a gigante das telecomunicações concorre juntamente com Nokia e Ericsson para criar uma atualização abrangente que tornará as conexões sem fio do cidadão brasileiro mais rápidas e acessíveis.

Foto: Shutterstock

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