A nota fiscal do show realizado pelo cantor Marcelo Pires Vieira, o Belo, no Parque União, Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, foi emitida após o início das investigações da Polícia Civil sobre a realização do evento. Consta no documento, ao qual o EXTRA teve acesso, que sua emissão ocorreu no dia 17 de fevereiro, data da prisão de Belo e quatro dias após a realização do show.
No dia 15, conforme reportagem do EXTRA, a Polícia Civil divulgou que a Delegacia de Combate às Drogas (Dcod) estava investigando o evento. A nota fiscal do show foi anexada pelos advogados de Belo ao habeas corpus pedido para o cantor. Na madrugada de quinta-feira, o desembargador Milton Fernandes de Souza, do Tribunal de Justiça do Rio, determinou que o cantor fosse solto, o que ocorreu horas mais tarde.
Na nota fiscal, consta que o show custou R$ 65 mil. A empresa responsável por contratar Belo foi a Leleco produções, cujo representante legal é Leonardo Ribeiro de Paiva. Em depoimento na Dcod, Belo afirmou que só ficou com metade do valor pago, mas não soube apontar qual seria a quantia.
O cantor alegou que os sócios da empresa são José Alfredo da Silva Santana e Ronaldo de Carvalho Menino. Segundo Belo, quem toma as decisões da empresa é Alfredo. Em seu depoimento, Belo também afirmou não saber onde serão realizados os shows para os quais é contratado. Ele atribuiu a um dos sócios da empresa Belo’s Music Empreendimentos Artísticos, João Alfredo da Silva Santana, a responsabilidade por tomar as decisões sobre as apresentações. O artista alegou ainda que costuma ser levado por uma van para os locais de show pré-determinados. A empresa, segundo Belo, serve de “link” entre ele e os contratantes de seu show. O cantor fica com metade dos valores recebidos pela empresa.
Belo foi preso na última quarta-feira, após ter a prisão pedida pela Dcod em um inquérito que apura a realização do show em plena pandemia e dentro de uma escola estadual, sem qualquer autorização. O cantor está sendo investigado pelos crimes de causar pandemia, infração de medida sanitária imposta, esbulho possessório (pela invasão da escola) e organização criminosa. Além dele, o chefe do tráfico no Parque União, Jorge Luiz Moura Barbosa, o Alvarenga, e outras duas pessoas tiveram a prisão decretada pela Justiça após pedido da Dcod.
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