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CORONAVAC E OXFORD SERÃO TESTADAS CONTRA VARIANTE

Redação - 15/02/2021 09:00 - Atualizado 15/02/2021

Após o aparecimento das variantes do coronavírus do Reino Unido (B.1.1.7), da África do Sul (B.1.351) e do Brasil (P.1), o mundo ganhou uma outra preocupação: a possibilidade das vacinas desenvolvidas com base no vírus original não serem tão eficazes para combater as novas versões do Sars-CoV-2. A partir daí, os pesquisadores começaram a testar amostras do soro sanguíneo dos vacinados contra as cepas que apresentam mutações. O objetivo é saber se os anticorpos formados a partir do gatilho imunológico oferecido pelas vacinas seriam capazes de neutralizar as variantes. Nesta corrida por respostas urgentes, há algumas certezas e muitas dúvidas.

Bons resultados têm sido obtidos nos testes com as fórmulas da Pfizer/BioNTech, da Moderna e de Oxford contra a variante do Reino Unido. Já as respostas das vacinas à mutação da África do Sul têm sido menos satisfatórias. Em relação à variante brasileira, última a ser descoberta, ainda não há uma conclusão definitiva. A versão encontrada em Manaus (AM) está sendo confrontada com o soro de pacientes imunizados apenas agora e os primeiros resultados ainda não foram divulgados. O Instituto Butantan espera obter as informações sobre a eficácia da vacina Coronavac contra a variante brasileira ainda este mês.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por sua vez, também espera obter respostas sobre a fórmula Oxford/AstraZeneca e, no início de fevereiro, enviou algumas amostras da variante brasileira do coronavírus (P.1) para a Inglaterra. De acordo com a AstraZeneca, os testes da vacina frente à variante brasileira estão na fase inicial. A partir deles, os cientistas avaliarão se será necessário fazer algum tipo de mudança na vacina ou na dosagem do imunizante, com o acréscimo de mais uma dose, por exemplo. “A AstraZeneca está trabalhando para ter esses resultados o mais rápido possível”, informou a empresa em nota ao Metrópoles.

Na última quinta, 11, a chefe do programa de vigilância genética do Reino Unido, Sharon Peacock, afirmou que o mundo, provavelmente, ainda lutará contra as novas variantes do Sars-CoV-2 pelos próximos dez anos. O enfrentamento terá de ser feito, principalmente, via atualização de vacinas. A professora que coordena o Laboratório de Imunologia Celular no Instituto de Biologia da UnB, Anamelia Bocca, conta que já há expertise adquirida no assunto, pois procedimentos semelhantes são feitos para a atualização anual da vacina da gripe. A fórmula passa por modificações que incluem as variantes do H1N1 mais incidentes no inverno anterior.

A produção das vacinas poderá ser adaptada para atender ao surgimento de novas variantes. As fórmulas que estão sendo administradas no Brasil usam tecnologias diferentes: a Coronavac é produzida a partir do vírus Sars-CoV-2 inativado e a de Oxford/AstraZeneca utiliza um vetor viral não-replicante de adenovírus de chimpanzé (um vírus de gripe comum). Para a atualização da Coronavac, bastaria fazer a substituição do vírus. No caso do imunizante Oxford/AstraZeneca, os cientistas substituiriam o DNA inserido no adenovírus. Na quinta-feira (11/2), os cientistas da farmacêutica informaram que o desenvolvimento de uma fórmula adaptada para as novas variantes do coronavírus deve demorar de seis a nove meses para ser concluído.

Foto: divulgação

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