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COM PANDEMIA, MAIS DA METADE DAS MULHERES PERDERAM EMPREGO

Redação - 05/02/2021 13:00

Os impactos da pandemia de Covid-19 na economia brasileira resultaram numa participação feminina no mercado de trabalho ainda menor. De acordo com a pesquisa Pnad Contínua, do IBGE, 8,5 milhões de mulheres haviam deixado seus postos no terceiro trimestre de 2020 na comparação com o mesmo período do ano anterior, resultando num percentual de 45,8% delas em postos de trabalho, o pior resultado desde 1990. A pandemia teve efeitos no mercado de trabalho em geral, mas a população feminina claramente sofre de maneira desproporcional. Na comparação com o primeiro trimestre de 2020, o período analisado teve um aumento de 11,2 milhões de pessoas fora de postos de trabalho, sendo que 7 milhões delas foram mulheres.

Além disso, apesar de apresentar recuperação, a retomada do mercado formal pode demorar e, mais uma vez, chegar mais tarde às mulheres. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que, em 2020, 230,2 mil postos criados foram ocupados por homens, enquanto as mulheres perderam 87,6 mil vagas. Há, ainda, diferenças entre as profissões geralmente exercidas por mulheres. As categorias em que há maior participação feminina foram as que mais registraram queda nas ocupações: vagas em alojamento e alimentação, que possuem 58,3% de participação feminina, tiveram queda foi de 51%; os serviços domésticos, em que 85,7% dos postos são ocupados por mulheres, a diminuição foi de 46,2%; e em educação, saúde e serviços sociais, com 76,4% de mulheres, houve baixa de 33,4%.

Como justificativa, especialistas citam desigualdades estruturais, que antecedem a pandemia e são agravadas por ela. Em entrevista à Folha de S. Paulo, a economista Diana Gonzaga aponta que grande parte dos cuidados da casa e dos filhos caem sobre as mulheres, que ainda precisam enfrentar as questões que afetam todos os grupos. Esse fator é agravado pela falta de planejamento para reabertura de creches e escolas. Outro fator que deve ser considerado é o auxílio emergencial, que permitiu que homens e mulheres ficassem fora de seus postos de trabalho. O fim do benefício teve impacto: de acordo com a Pnad Contínua, cerca de 2,7 milhões de brasileiros deixaram a inatividade até novembro, quando o auxílio emergencial foi cortado pela metade. Ainda não há há dados com distinção de gênero. Com informações da Folha de S. Paulo e do portal InfoMoney.

Foto:  Fernando Donasci/Folhapress

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