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PLANOS DE SAÚDE SOBEM QUASE 50%; ENTIDADES VÊEM ABUSO

Redação - 03/02/2021 12:29

Com o sistema público de saúde sobrecarregado, em decorrência da pandemia do novo coronavírus, quem contava com assistência médica privada no Brasil se viu diante de uma grande barreira no começo de 2021. Os planos de saúde sofreram reajustes retroativos, elevando em muito o valor das mensalidades.

A alta nos preços, considerando apenas os dados oficiais, chega a quase 50%, conforme aponta um levantamento divulgado nesta quarta-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor. Mas a realidade pode ser ainda pior. Dados consolidados pelo Procon-SP apontam que há casos em que o aumento chegou a 113%.

Segundo o G1, a disparada nos custos ocorre porque, além do reajuste anual referente a 2021, os planos de saúde foram autorizados a cobrar, retroativamente, os reajustes que foram suspensos pela Agência Nacional de Saúde (ANS) em 2020, em função da pandemia. Em alguns casos, foi acrescido ainda o reajuste por mudança de faixa etária, gerando o aumento que o Idec classifica como abusivo.

Levantamento do Idec aponta o acúmulo de vários tipos de reajuste que elevou a mensalidade dos planos de saúde entre 12,21% e 49,81%. Para chegar a esses percentuais, a entidade fez seis simulações usando os valores indicados no Painel de Precificação da ANS, de julho de 2020.

“São, portanto, dados oficiais conservadores, que não refletem as históricas distorções no mercado de saúde suplementar”, ressalvou o Idec. Ou seja, os reajustes efetivamente aplicados podem ser, como do caso de Juliana, superiores à média calculada no levantamento. “Isso é claramente insustentável, ainda mais num cenário de crise sanitária e econômica sem data para terminar. O que os planos de saúde estão fazendo com os consumidores é cruel e injusto”, avaliou Teresa Liporace, diretora executiva do Idec.

Dados divulgados também nesta quarta-feira (3) pelo Procon de São Paulo apontam que, somente em janeiro, foram registradas junto ao órgão 962 reclamações referentes ao reajuste retroativo, bem como à falta de explicação sobre o cálculo dos reajustes. Em janeiro de 2020, o órgão recebeu apenas nove reclamações referentes aos planos de saúde, o que corresponde a um aumento de 10.000% no número de denúncias.

“Mais de 30 milhões de consumidores estão recebendo boletos com reajustes sem qualquer informação, e sem transparência, justamente numa época em que se enfrenta uma das maiores crises sanitárias e econômicas de todos os tempos”, apontou o Procon-SP, que recorreu à ANS para tentar derrubar o reajuste. Segundo o Procon, há casos de reajustes de 91%, 104% e até 113% entre as quase mil reclamações recebidas em janeiro.

 

Foto: Rede Sul

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