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COMÉRCIO BAIANO REDUZ VENDAS AO CRESCER 0,5% EM NOVEMBRO

Redação - 19/01/2021 16:30 - Atualizado 19/01/2021

Em novembro, o comércio varejista da Bahia faturou 10,67 bilhões de reais, 0,5% de crescimento em relação a igual mês do ano anterior. Desde o início da recuperação do setor no estado ocorrida em agosto, essa última variação foi a menor, indicando que o ritmo de consumo deve se arrefecer nos meses seguintes.

O consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze, esclarece que apesar disso, o resultado atual confirma o que a Federação havia projetado em outubro do ano passado para o mês de novembro, um aumento nas vendas de 0,7%.
“No acumulado do ano, o varejo baiano retraiu 7,1% e -7,7% se considerar o período da pandemia, de março a novembro. O prejuízo financeiro do setor nos últimos nove meses foi de R$ 6,2 bilhões”, pontua Dietze.

No penúltimo mês de 2020, período da Black Friday, dois setores registraram crescimento mais expressivo, materiais de construção e eletrodoméstico e eletrônicos, de 15,5% e 13,3%, respectivamente. “Embora os resultados tenham sido bastante favoráveis, estão num ritmo muito abaixo dos meses anteriores. As lojas de eletroeletrônicos, por exemplo, estavam subindo 46% nos dois meses anteriores e passa agora para os 13,3% de novembro”, cita o economista.

Segundo Guilherme Dietze, “o período de final de ano chega exatamente com a redução, de R$ 600 para R$ 300, do que foi o motor de expansão de vendas no comércio no terceiro trimestre: o auxílio emergencial”. O consultor diz que além disso, outros fatores podem ter colaborado para amenizar o consumo em novembro “como as notícias sobre o aumento de casos de coronavírus no país na segunda onda, o que aliado ao fim do auxílio emergencial, pode ter deixado os consumidores mais cautelosos em comprometer a sua renda com produtos mais caros. Outro ponto importante é do aumento de preços desses tipos de produtos de materiais de construção e eletrônicos, alguns em falta no mercado, e que assustou os consumidores”, justifica Dietze.

O segmento de móveis e decoração também teve uma redução nas taxas de vendas e registra alta anual de 8,8% em novembro. E as farmácias e perfumarias tiveram incremento no faturamento de 6,9%, a sexta variação positiva consecutiva.
“Os supermercados que estavam numa sequência positiva desde fevereiro, apontaram queda no mês de novembro de 4,1%. O setor básico de consumo também começa a sentir os impactos da redução do auxílio emergencial. Os empregos criados ao longo do segundo semestre no estado só foram suficientes para reduzir o saldo negativo que em novembro está acumulado em -4,8 mil postos formais fechados no ano”, analisa o economista.

As demais variações negativas foram de vestuário, tecidos e calçados (-12,5%), concessionárias de veículos (-11,5%) e o grupo Outras atividades (-7,6%).
Diante deste novo dado, a Fecomércio-BA revê a previsão de vendas para o último mês do ano para o negativo, em -6%, fechando o ano de 2020 com queda de 7%, com um faturamento total de R$ 102 bilhões, 7,67 bilhões de reais a menos do que no ano anterior.

Foto: reprodução

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