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ACM NETO: A MINHA PRIORIDADE ESTE ANO É O INTERIOR DA BAHIA

Redação - 18/01/2021 11:00 - Atualizado 18/01/2021

Após encerrar os dois mandatos como prefeito de Salvador, ACM Neto disse que se desligou “inteiramente das atividades administrativas” e que já mudou o chip. Em entrevista ao jornal A Tarde, ele afirmou que sua prioridade agora será percorrer a Bahia e construir sua candidatura ao governo, além de se dedicar às causas nacionais, como presidente do Democratas. “Eu vou dedicar boa parte do meu tempo para viajar pela Bahia”, disse ele, ao enfatizar que “não há dúvida que estão soprando novos ventos na política” do estado. E completa: Não há eleição fácil. “Em qualquer circunstância o senador Jaques Wagner é um candidato competitivo”.

Na entrevista, o jornal destaca que o ex-prefeito já iniciou uma série de visitas ao interior e pergunta se esse é o começo da pavimentação da sua candidatura ao governo em 2022? “Veja, eu não vou aqui de maneira alguma deixar de dizer a você que o mais provável é que eu dispute o governo do estado em 2022. Agora eu quero transformar isso em algo absolutamente natural. Uma candidatura a governador não pode ser apenas fruto de uma vontade pessoal, de um desejo meu. Ela tem que ser fruto sobretudo de uma vontade dos baianos. Então eu quero transformar isso em algo natural”, respondeu ACM Neto.

O democrata também destaca: “Esses últimos oito anos, eu tive a minha vida praticamente dedicada a Salvador. Eu, é claro, como uma liderança política, jamais me distanciei do interior, jamais deixei de fazer visitas ao interior, porém o meu foco, a minha atenção, a minha energia estavam concentrados para Salvador pelo meu trabalho como prefeito. Agora a realidade é outra, a prioridade para a minha agenda neste ano de 2021 é o interior. Eu vou dedicar boa parte do meu tempo para viajar pela Bahia. Nesse primeiro momento as nossas viagens têm como objetivo ajudar prefeitos que acabaram de assumir, eu com 8 anos de experiência na Prefeitura de Salvador, eu acumulei muito conhecimento. E eu acho que eu tenho a obrigação de dividir isso com prefeitos que estão chegando e que querem acertar. Nós vamos traçar um plano regionalizado onde a gente possa observar os aspectos socioeconômicos de cada região. Eu quero, inclusive, buscar a colaboração de técnicos e de pessoas do Brasil inteiro para apresentar uma proposta para a Bahia, e aí a gente vai, é claro, passar o ano de 2021 todo debatendo o estado, discutindo a situação de cada localidade da Bahia, não só para ter um diagnóstico completo da realidade, mais do que isso, para a gente poder ter propostas, projetos, ideias novas que pautem um debate pensando em 2022. Agora candidatura ao governo, isso vai acontecer na hora certa, se for algo natural e lógico que ocorra”.

Sobre qual será a maior dificuldade que Bruno Reis vai ter no comando da Prefeitura, ACM Neto pontuou: […] Agora, ele já assume com desafios grandiosos, assuntos espinhosos, muitos problemas para enfrentar, e eu diria que todos derivam de uma só coisa que é a pandemia. Tem a questão da saúde, mas tem também todo o rebatimento em outras áreas essenciais para a vida da cidade, a exemplo da Assistência Social, o impacto que isso traz para os mais pobres, a educação, porque infelizmente não vai dar para esperar a vacina no braço de todo o mundo, ou seja, a imunização de todos para voltar a educação. Vai ter que voltar antes. Nós já perdemos 2020, não dá para perder também 2021 e esse é um desafio do Bruno. O terceiro desafio que eu apontaria como importantíssimo é o do transporte público. Eu sei que ele está pessoalmente dedicado a isso, ainda na minha gestão nós colocamos R$105 milhões para o transporte público de Salvador não parar. Existe uma das bacias que está sob intervenção, essa intervenção acaba em março, e ele está preparando uma solução, uma saída para que essa intervenção não seja prorrogada e o transporte tenha uma solução mais definitiva”.

Em relação aos seis anos do governo Rui Costa e os 14 anos de PT no poder, o democrata respondeu: “Olha, não há dúvida que estão soprando novos ventos na política da Bahia. E o que mais pode confirmar o que estou dizendo aqui foi o resultado da eleição no ano passado, com um grande êxito para os candidatos de oposição, nós ganhamos prefeituras importantíssimas em toda a Bahia. Quer dizer, quando a gente olha ali as 50 maiores cidades, nós ganhamos metade dessas 50 maiores cidades, estamos governando os quatro maiores colégios eleitorais do Estado, hoje são administrados por prefeitos vinculados ao nosso campo político. Olha, eu não sou do tipo de pessoa que aponta o dedo para um adversário e apenas enxerga críticas ou problemas. Não, eu consigo ver pontos positivos e consigo ver pontos negativos. Se você me perguntar: esses seis anos do governador Rui Costa ou os 14 anos de PT na Bahia, foi tudo errado? Não. Existem coisas que foram certas, existem decisões que foram adequadas. E aquilo que foi certo, caso a gente venha governar a Bahia no futuro, será mantido, será preservado. Nós não temos esse problema. Agora, eu olho a Bahia e aí eu destacaria três pontos mais importantes, se eu pudesse tocar em coisas que eu acho que precisam mudar: por um lado, a educação, depois o fortalecimento da economia e depois a segurança pública”.

Sobre o senador Jaques Wagner ser um candidato competitivo, ACM Neto destacou: “Olha, vamos lá, primeiro lembrando que eu ainda não sou candidato a governador. Então muito cuidado eu tenho que ter quando respondo essa pergunta tão inteligente sua, mas eu preciso ter esse cuidado para deixar isso claro. Segundo, é óbvio que o senador Jaques Wagner, em qualquer circunstância, será um candidato forte e competitivo. Duas vezes governador da Bahia, senador da República, só isso já o credencia a ser um candidato competitivo. Imagine se eu teria o direito de dizer algo diferente, não tenho. Pelo contrário, conhecendo a política como eu conheço, sei que caso o enfrentamento em 2022 se dê entre o senador Jaques Wagner e eu, por exemplo, vai ser uma disputa bastante acirrada. Então em qualquer circunstância o senador Jaques Wagner é um candidato competitivo. Eu aqui não estou elogiando e nem criticando o Jaques Wagner, estou apenas falando objetivamente. Pela posição que ele ocupa hoje, pelo que ele já exerceu como governador duas vezes, é claro que é um nome conhecido, é um nome que tem hoje o conhecimento da Bahia, e, portanto, óbvio, é um nome competitivo”.

Foto: Max Haack/Secom

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