Moises Oliveira, 56 anos, começou pedalar de bicicleta em 2014. A decisão veio após uma recomendação médica, na intenção de melhorar patologias que sofre nas articulações. “A bike me ajudou a reforçar a musculatura, consequentemente melhorar a qualidade de vida”, declara o empresário. Além da melhora muscular, o uso de bicicleta também ajuda no emagrecimento, proporciona bem-estar, aumenta o fôlego e não prejudica as articulações, como é o caso da corrida. Os benefícios não param por aí: especialistas também defendem que pedalar ajuda na redução do colesterol, controla o diabetes e a pressão arterial. O meio ambiente também sai ganhando nesta história. Um estudo da Aliança Bike, em parceria com o Laboratório de Mobilidade Sustentável (LABMOB), mostra que cada pessoa que usa a bicicleta como meio de transporte deixa de emitir 4,4 km de CO2 por ano. Ou seja, proporciona um ar mais puro para a nossa cidade.
O ciclismo cresceu durante a pandemia – e é uma excelente pedida para este Verão em que não podemos esquecer da importância do distanciamento social. O caráter individual foi justamente a característica que permitiu a ascensão da prática, enquanto outros esportes ainda estavam proibidos. De acordo com a Pesquisa Semexe 2020, uma startup do setor esportivo, 89% dos entrevistados acreditam que o pedal é mais seguro se comparado à academia e, além disso, 62% dos entrevistados incorporaram a bicicleta também para atividades simples do dia a dia.
Salvador tem acompanhado a tendência. Atualmente, a capital baiana conta com quase 295,81 quilômetros de ciclovias em seu território. Somente este ano, foram implantados 41,06 km de rede cicloviária, em locais como as avenidas Tamburugy, Paralela e Orlando Gomes, além do Largo da Calçada e as ruas Carlos Gomes, Cônego Pereira, Oscar Pontes e Plínio Garcez de Sena.
“O uso de bicicletas como meio de transporte, além de ser saudável para quem usa, beneficia também o trânsito da cidade, tirando veículos das ruas. Especialmente agora durante a pandemia, a bike se tornou um meio de transporte mais seguro na medida em que evita que as pessoas se aglomerem em transporte público, por exemplo. A atual gestão municipal tem buscado incentivar o uso da bicicleta aumentando a rede cicloviária da cidade, proporcionando, desta forma, maior segurança para quem usa a bike para trabalhar ou como uma opção de lazer”, ressalta Fabrizzio Muller, superintendente da Transalvador.
Cicloturismo em Salvador
Lembra de Moises, que falamos no início da reportagem? Depois de fazer cicloturismo em algumas viagens fora de Salvador, ele se juntou à esposa Naísa de Farias, 56, que já tinha experiência em turismo receptivo, e abriu, há dois anos, a Turisbike, agência especializada em turismo e passeios com bike, localizada na Barra. “Eu e minha esposa somos apaixonados pelo ciclismo e, após algumas experiências em conhecer cidades pedalando, resolvemos montar a TurisBike aqui em Salvador”, conta o empresário.
A empresa oferece cinco roteiros turísticos oficiais na capital baiana. Um dos mais recomendados é o Bike Tour Histórico, que tem duração de cerca de quatro horas e uma distância de aproximadamente 12 km. Considerado de nível leve, o passeio pelas mais antigas ruas da cidade mergulha na história do Brasil e visita o Centro Histórico, apresentando aos ciclistas suas belíssimas Igrejas e casarões seculares, patrimônios da humanidade.
“É uma forma diferente de conhecer Salvador, onde o contato entre as pessoas e os locais se torna mais próximo durante o passeio, permitindo uma maior conexão com a cidade, além de zelar pela saúde e de ser uma prática sustentável, contribuindo para o meio ambiente”, destaca Moises Oliveira. Outra boa opção para quem quer conhecer Salvador sobre duas rodas é Bike Tour Praia. Este roteiro tem uma distância de 23 km e é considerado de nível moderado. Quase todo o caminho é feito em ciclovias, sem ladeiras acentuadas. O ciclista pedala de farol a farol: da Barra até Itapuã, passando por praias como a do Rio Vermelho, Amaralina e Piatã.
“Com a ciclovia implantada, a gente consegue pedalar até a Itapuã. Há também a opção de ir para a Cidade Baixa e fazer o Bike Tour Panorâmico, que começa na Ribeira, passa pela orla da Penha, Igreja do Bonfim, e finaliza no Santuário Irmã Dulce”, recomenda Moises Oliveira.
Foto: divulgação