O Instituto Butantan aguarda a chegada de uma carta na qual o Ministério da Saúde manifestará a intenção em caráter irrevogável e irretratável de compra da vacina CoronaVac, desenvolvida pelo próprio instituto e pelo laboratório chinês Sinovac. A informação é de uma fonte que participou da negociação. Após um contato telefônico entre o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e o governador João Doria (PSDB-SP), um assessor especial de Pazuello, Eduardo Cascavel, esteve em São Paulo na segunda-feira (14) e se reuniu com Dimas Covas, diretor do Butantan, e com Antonio Imbassahy, secretário especial e chefe do Escritório de Representação do Estado de São Paulo em Brasília.
Nesse encontro, Cascavel confirmou que o ministério comprará a CoronaVac, a fim de incluí-la no Programa Nacional de Imunização. O presidente Jair Bolsonaro vinha resistindo à compra da CoronaVac por razões ideológicas, já que a vacina é de origem chinesa. Em 20 de outubro, Pazuello chegou a anunciar a compra da vacina em uma reunião com governadores. No dia seguinte, Bolsonaro desautorizou publicamente o ministro. “Já mandei cancelar. O presidente sou eu, não abro mão da minha autoridade. Até porque estaria comprando uma vacina que ninguém está interessado por ela, a não ser nós”, disse Bolsonaro na ocasião.
Um dia depois, em uma transmissão ao vivo pela internet, Pazuello afirmou, ao lado do presidente: “É simples assim: um manda e o outro obedece”. O Butantan adiou para o próximo dia 23 o envio para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) do resultado dos testes da vacina no Brasil, a fim de obter o registro definitivo do imunizante. A previsão inicial era de que os documentos fossem enviados na terça-feira (15), com o objetivo de se obter a autorização para uso emergencial.
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