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PARTIDOS DE ESQUERDA INDICAM APOIO A CANDIDATO DE MAIA

Redação - 17/12/2020 09:27

Com os partidos de oposição prestes a embarcar em uma candidatura chancelada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o deputado Arthur Lira (Progressistas-AL), nome do Palácio do Planalto para a disputa pelo comando da Casa, adotou a estratégia de abordar individualmente parlamentares, na tentativa de garantir os votos da esquerda. A aposta de Lira, agora, é que a votação secreta o ajude a ganhar o apoio de “infiéis” dispostos a contrariar a orientação de suas legendas e definir a seu favor a eleição, marcada para 1° fevereiro de 2021.

O PDT confirmou na terça-feira, 15, o apoio ao candidato do grupo de Maia e outros partidos de oposição, como o PT, o PCdoB e o PSB, devem aderir à campanha do candidato escolhido por ele. “Hoje, dentro do nosso bloco, existem dois nomes: Baleia Rossi (MDB) e Aguinaldo Ribeiro (Progressistas)”, afirmou o presidente da Câmara, indicando que a competição agora está entre os dois deputados, nessa ordem de preferência. A eleição de fevereiro também vai renovar o comando do Senado. Uma nova rodada de conversas está marcada para ontem, quando é possível que seja anunciada a ampliação do bloco parlamentar de apoio ao candidato patrocinado por Maia, atualmente formado por DEM, MDB, PSDB, PSL, Cidadania e PV. Se conseguir unir os partidos de esquerda, o nome com a bênção do presidente da Câmara somará quase 290 votos – são 513 deputados. O PSOL também vem sendo pressionado para desistir da candidatura própria. “Nós trabalhamos para formar bloco e não deixar a mão de Bolsonaro se impor na Câmara”, disse o presidente do PDT, Carlos Lupi, numa referência à entrada do presidente Jair Bolsonaro no embate do Legislativo. “Bolsonaro quer testa de ferro para cada vez mais manipular direitos civis da sociedade.”

A oposição, sozinha, tem aproximadamente 130 deputados e é vista como o “fiel da balança” na eleição para o comando da Câmara. Na tentativa de superar a condição de “candidato de Bolsonaro”, Lira abriu negociação com a esquerda há meses, com promessas sob medida para cada sigla e também para parlamentares, incluindo a liberação de emendas, entrega do comando de comissões importantes, revisão da cláusula de barreira e defesa da classe política como contraponto à Operação Lava Jato. Líder do Centrão, Lira tem o respaldo de nove partidos, que somam 170 deputados, e vai rivalizar com um aliado de Maia. Sua aposta é a de que o trabalho iniciado há dois anos o ajude a conquistar votos individuais.

Com 54 deputados, a bancada mais cobiçada da eleição, a do PT, também está dividida e pode ter defecções. Para ganhar votos petistas, Lira acena com uma pauta anti-Lava Jato, indicando que, se for eleito, dará todo apoio para barrar decisões do Supremo Tribunal Federal de cassação de mandatos. Além disso, promete entregar a presidência de comissões importantes ao partido, mas nega negociações fisiológicas.

Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

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