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INCERTEZA SOBRE TAXAS ATRASA ADESÃO AO PIX ENTRE PEQUENAS EMPRESAS

Redação - 14/12/2020 09:00 - Atualizado 14/12/2020

Apesar de o Pix estar operante desde 16 de novembro, são poucos os pequenos e médios empresários que já oferecem o método de pagamento aos seus clientes ou que começaram a adaptar os seus sistemas à modalidade. “Ainda existe muita dúvida com relação às taxas e tarifas que serão cobradas no Pix”, afirmou o gerente executivo da CNDL (Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas), Daniel Sakamoto.

Dos cinco maiores bancos, apenas Bradesco e Itaú informaram qual será o custo do Pix para contas de pessoas jurídicas depois de um período promocional de isenção (1,40% e 1,45%, respectivamente). Entre as seis maiores adquirentes, apenas duas já anunciaram o custo da cobrança por Pix por meio da maquininha, que variam de 0,99% (Mercado Pago) a de até 1,89% (PagSeguro).

A maioria das instituições concedeu de três a seis meses de isenção para os empresários que querem oferecer o Pix como meio de pagamento. “Não sabemos quanto vão cobrar da gente. Enquanto não definirem tarifas, não temos como saber se vamos adquirir. Tem empresa que cogita cobrar 1,49% por Pix, que é mais caro que o débito. Isso precisa ser definido. Como usar algo que não sabemos o custo?”, questiona Paulo Solmucci, presidente da Abrasel (associação dos restaurantes).

Apesar da incerteza quanto a cobrança no futuro, os valores já divulgados são menores do que os cobrados para transações de crédito ou débito, que variam de 1,69% a 6,40%. “Não me passaram taxa nenhuma. Se for menos que cartão, a gente pode sentar e conversar” afirma Sheila Simantob Fridman, dona de uma loja de roupas femininas em Alphaville (SP).

A empresária, que tem cerca de 80% do seu recebimento no crédito, não sabia que as maquininhas podem processar pagamentos por Pix. Segundo ela, nenhuma cliente pediu para pagar pelo sistema até o momento. Segundo Tito Bessa Júnior, dono da rede TNG e presidente da Ablos (Associação Brasileira dos Lojistas Satélites), cerca de 70% do recebimento dos lojistas é no crédito.

“Se a loja não tem Pix, não faz diferença no momento. Os clientes que querem pagar com esse meio são poucos e, se o lojista não aceita, ele paga com cartão”, afirma. Ele conta que, por ser um sistema novo, muitos empresários têm dúvidas e inseguranças em relação a fraudes. “A grande maioria das lojas pequenas não está preparada para o Pix. Na TNG eu nem comecei ainda, estou negociando contratos, mas não é uma prioridade. Vai começar no próximo ano. O Pix alivia os custos, mas, se não tiver parcelado, não vai ajudar a vender mais.”

Pesquisa da Stone feita com 1.065 mil lojistas de todas as regiões do Brasil entre 4 e 6 de novembro aponta que 77% ainda não estavam ou não sabiam se estavam preparados para incorporar o novo sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central e 36% o desconhecem.

No levantamento, 37% dos empreendedores se sentem inseguros em relação ao Pix. As principais dúvidas são sobre segurança (38,8%), usabilidade (34,9%), funcionalidades (30%) e custos (47,1%). Apenas 16,2% dos entrevistados se disseram esclarecidos. Dentre grandes varejistas, o cenário é diferente. Carrefour, Grupo Pão de Açúcar, Raia Drogasil, Grupo Guararapes e Petz, por exemplo, já aceitam Pix como forma de pagamento em todas as suas lojas físicas.

Foto: divulgação

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