Possíveis adversários na disputa pelo governo da Bahia em 2022, o senador Jaques Wagner (PT) e o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), tem entrado em embate nos últimos dias. Os dois têm admitido, em entrevista à imprensa, a possibilidade de entrarem na corrida pelo Palácio de Ondina daqui a dois anos. Segundo disse um integrante da cúpula do PT à Tribuna, Wagner está “super animado” com a hipótese de concorrer ao cargo novamente.
Nesta semana, o petista afirmou que “meu nome está posto, tanto na cena nacional como na cena estadual”. “Você me perguntou se eu seria candidato a governador e eu disse que vai depender exatamente se for para manter a unidade do grupo, eu colocarei meu nome”, acrescentou, em entrevista à rádio Metrópole. ACM Neto também disse que “o mais provável é que meu projeto seja de uma candidatura a governador da Bahia” em 2022.
Por enquanto, o principal motivo de confronto entre Wagner, que foi já chefe do Executivo baiano entre 2007 e 2014, tem sido a eleição municipal deste ano. Primeiro, o senador petista reagiu a uma declaração do democrata em entrevista ao jornal Valor Econômico. Na entrevista, Neto disse que o pleito deste ano provocou “processo de aceleração da aposentadoria do Lula”.
“A decisão sobre o futuro do presidente Lula cabe somente a ele. Só porque ganhou domingo (no dia 15 de novembro) já está com a arrogância de querer dizer o que vai acontecer. Já demonstra que não sabe conviver com as eventuais vitórias, e eu espero que não faça o mesmo que fez há dois anos porque o que ele apoiou está aí matando o Brasil”, rebateu Wagner, em entrevista à reportagem. Ao dizer que Neto “apoiou está aí matando o Brasil”, o senador PT se referia ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Depois de dizer no início deste ano que “acabou o mito Lula”, Neto declarou ao Valor que o poder de cabo eleitoral do ex-presidente se esvaziou e o petista “não decidiu eleição em lugar nenhum” neste ano. Wagner e ACM Neto voltaram a entrar embate nesta semana após os resultados das eleições de Feira de Santana e Vitória da Conquista. Sem citar o prefeito soteropolitano, o senador declarou “na Bahia, tem gente comemorando precipitadamente. É bom lembrar que apressado come cru. Em 2016, também não ganhamos Salvador, Feira, Conquista e Camaçari. Nem sequer fomos ao 2º turno em Feira e Conquista. E em 2018, Rui Costa teve uma eleição retumbante e elegemos dois senadores”.
Em seguida, Neto reagiu. “Se alguém aqui na Bahia foi apressado e depois comeu cru, foram eles que acharam logo depois do primeiro turno que já tinha ganho em Conquista e em Feira. E perderam nas duas”, afirmou. O democrata soteropolitano afirmou ainda que faltou “decência” ao PT para reconhecer as derrotas. “Eu não ouvi uma só palavra neste sentido (de admissão de derrota) de ninguém do PT na Bahia. Uma só palavra, eu não ouvi”, pontuou.(TB)
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