O humorista Carlinhos Maia virou símbolo do cancelamento na internet por diversas falas e atitudes polêmicas ao longo da carreira. Em entrevista à Tatá Werneck durante sua participação no Lady Night, exibido na última segunda-feira (24), o alagoano contou que passou a não se importar com o “cancelamento” depois de ter sido alvo de vários julgamentos nas redes sociais.
“Já fui mais cancelado do que a Anitta! Eu sou muito verdadeiro. Eu falo o que eu quero, falo o que eu penso, eu volto atrás, eu levo cacetadas, eu assumo… No começo, a gente fica assustado com o cancelamento. Cancelar, pra essas pessoas, é querer te tirar de circulação, é querer acabar com sua voz. As pessoas querem te cancelar por erros que elas também cometem”, disse.
Uma das grandes polêmicas envolvendo o influenciador, dono de um perfil com 20 milhões de seguidores, foi a sexualidade e a forma como ele tratava isso.
Carlinhos foi julgado por não ter beijado o marido no altar. Os dois se conhecem há 11 anos e oficializaram a união no ano passado. Segundo o humorista, a ideia era não causar em um dia especial.
“Eu não queria beijar no meu casamento. Era o meu casamento. Já era uma grande representatividade. Fiz meu pai, que é evangélico, ir a um casamento gay. A tia do Lucas, que nunca nos aceitou, estava lá. Juntei toda a família… O pai do Lucas que estava com depressão e não levanta da cama há seis meses, também. Então, queria que eles lembrassem daquele momento como algo singelo”.
Carlinhos conta que foram anos até se acostumar com a ideia de que era gay e por isso enrolou o parceiro por cinco anos.
“Para a gente transar demorou três anos após o começo do namoro. Então, foram no total cinco anos ao todo [desde que nos conhecemos]. A gente nem tirava as bermudas. A gente ‘sarrava’ por cima das bermudas, pelo medo que ele tinha. O lance do (não) beijo (no casamento), foi muito por conta da família e história dele, também”, disse.
Apesar de estar mais confortável com sua orientação sexual, Carlinhos ainda é julgado por alguns erros, como o cometido na entrevista, no qual ele fala “condição” e não “orientação”.
“Acho que todo gay sofre. Só quem é gay sabe o tempo certo pra falar abertamente de sua ‘condição sexual’ (sic). Ninguém quer esconder o que é… Só que a gente vive numa sociedade, eu, principalmente, vindo do interior de Alagoas, uma sociedade toda heteronormativa. Se aqui em São Paulo já tem preconceito, imaginem lá em Alagoas, que pra você ser viado, você tinha que ser viado macho?”.
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