Quarto maior produtor nacional de bens minerais, a Bahia lidera a exploração de 11 tipos de minérios e metais preciosos, como quartzo, magnesita, diamante. O estado é também rico em ouro, com 36% do total produzido, em cobre (19%) e níquel (13%) – a maior parte dessas jazidas localizada em Jacobina, Juazeiro e Itagibá, respectivamente. E o único a fabricar vanádio (Maracás) e urânio (Caetité).
Segundo o jornal A Tarde, somente em agosto, a atividade gerou aos cofres desses municípios uma arrecadação da ordem de R$ 9,4 milhões, com a cobrança da chamada compensação financeira pela exploração mineral (CFEM) – ou royalties. Já toda a produção comercializada no estado alcançou R$ 564 milhões. A expectativa é que a mineração baiana receba, nos próximos anos, até US$ 12,8 bilhões em investimentos. Os projetos são relacionados à produção de zinco, bauxita, ferro, calcário, entre outros.
Os dados são do informe executivo realizado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), com informações da Agência Nacional de Mineração (ANM) – e dão a dimensão da importância do setor, responsável por quase 2% do PIB (Produto Interno Bruto) do estado, mas ainda pouco conhecido da maioria.
Conforme a SDE, no subsolo baiano existem 45 substâncias minerais com potencial econômico já identificadas. Os recursos vão desde água (Alagoinhas) e cromita (Andorinha), passando por talco (Brumado) e rocha ornamental (Belmonte). Destaque para a produção de commodities singulares, como granito “azul-bahia” (Potiraguá) ou mármore “bege-bahia” (Ourolândia) – ambos uma exclusividade local.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), no terceiro trimestre do ano a produção nacional de minérios cresceu, em comparação com o segundo, 29,3%, com faturamento da ordem de R$ 50,7 bilhões. A Bahia, quarta colocada, ficou com R$ 1,6 bi, ou 3,2%. O total com royalties arrecadados pelo estado no mesmo período foi de R$ 28,3 milhões (1,9%).
O diretor-presidente do Ibram, Flávio Ottoni Penido, afirma que o desempenho da indústria aponta para a melhoria em diversos indicadores, tais como aumento das exportações, redução das importações e geração de empregos. Penido destaca ainda que as empresas vêm se esforçando para promover uma “mineração de reputação”, cada vez mais próxima da comunidade, e em que a sociedade possa confiar.
“O Brasil pode confiar na mineração brasileira, estamos saindo de uma crise que atingiu vários setores, e a gente contribuindo para o saldo da balança (comercial). É lógico que quem está na capital está preocupado com os impactos (ambientais), mas, para a comunidade do interior (mineração), é sinônimo de emprego, renda. É geração de impostos, investimentos em capacitação, qualificação profissional. A mineração é a indústria das indústrias”, afirma.
Confira alguns investimentos previstos
Yamana Gold – Possui uma mina subterrânea na cidade de Jacobina e é responsável por cerca de 1,4 mil empregos diretos e mais 700 indiretos no estado. Anunciou a fase dois do seu projeto de expansão, com investimentos na ordem de R$ 300 milhões e conclusão prevista para o início de 2023, com previsão de elevar a produção da operação para 230 mil onças anuais
RHI Magnesita – Anunciou investimentos de R$ 180 milhões na unidade de Brumado. Os aportes devem aumentar a produção de matéria-prima para refratários em até 40%, passando de 100 mil toneladas por ano para 140 mil toneladas de capacidade instalada. Os recursos serão aplicados na construção de um forno rotativo em sua unidade de mineração
Largo – Vai investir US$ 10 milhões em planta de processamento de vanádio na Bahia. O conselho de administração da empresa aprovou a construção de uma fábrica para processar trióxido de vanádio em sua mina Maracás Menchen. O início da obra está previsto para o primeiro trimestre de 2021. O investimento previsto na estrutura é de US$ 10 milhões
Equinox – Vai reativar mina de ouro C1 em Santaluz, norte da Bahia. Durante a etapa de reativação, devem ser gerados 1.500 empregos. Segundo a empresa, serão investidos, inicialmente, R$ 400 milhões na reativação, e a produção estimada é de 100 mil onças de ouro por ano
Colomi Iron Mineração – A anglo-australiana vai investir R$ 11 bilhões no projeto de produção e exportação de minério de ferro no norte da Bahia. O valor compreende a construção e operação da mina e de melhorias na Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) e no Porto Aratu-Candeias
Foto: Joene Imgem/ Bamin