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INVESTIMENTOS NO BRASIL CAEM PELA METADE EM 2020

admin - 27/10/2020 08:21 - Atualizado 27/10/2020

A queda registrada no fluxo de investimentos diretos no Brasil nos primeiros seis meses de 2020 foi maior que a média observada entre os demais países emergentes. Segundo o portal Uol, os dados estão sendo publicados nesta quarta-feira pela Conferência da ONU para Desenvolvimento e Comércio. Para a agência, dois fatores pesaram no caso do Brasil: a interrupção do programa de privatizações e a escala que a pandemia atingiu no país.

No total, o primeiro semestre registrou uma queda de 48% nos investimentos no Brasil em comparação ao mesmo período de 2019, atraindo um total de US$ 18 bilhões entre janeiro e junho.

Com isso, o Brasil foi sexto destino de investimentos no mundo, igualando-se ao México e superado por Cingapura, Irlanda, Alemanha, EUA e China. Em 2019, o Brasil aparecia na quarta posição entre os maiores destinos de investimentos.

Em 2020, outras economias sofreram mais que o Brasil. Entre os países ricos, a Itália teve uma queda de 74% nos investimentos. Nos EUA, a contração de 61%, para um total de US$ 51 bilhões.

No mundo, os investimentos tiveram uma queda de 49%, diante do impacto do confinamento nas decisões de multinacionais de adiar qualquer tipo de projeto. Para o ano, a previsão é de uma queda no fluxo mundial de investimentos que poderia variar entre 30% e 40%. Os anúncios de novos projetos de investimento caíram em 37%, enquanto as fusões e aquisições caíram em 15%.

Mas o resultado brasileiro é pior que a média das economias emergentes e mais negativo que a média da América Latina. Entre os Brics, a Rússia ainda supera o Brasil na dimensão do tombo. A contração em Moscou foi inédita, passando de um fluxo positivo de US$ 16 bilhões em 2019 para uma fuga de capital de US$ 1,2 bilhão em 2020.

James Zhan, diretor do Departamento de Investimentos da entidade, explicou que outro fator que pesou foi a dimensão que a pandemia ganhou no Brasil, dificultando a atração de investimentos. O Brasil é um dos líderes em mortes pela covid-19, de acordo com os dados da OMS.

China
Pela primeira vez, as economias emergentes da Ásia foram responsáveis por receber mais da metade dos investimentos no mundo. Nas economias ricas, o tombo foi bem maior: 75% de contração nos investimentos em média. Mas o bom resultado dos emergentes se deu em grande parte por conta do fluxo de US$ 217 bilhões para a Ásia. “Apesar de sofrer o peso do impacto inicial da pandemia e dos efeitos dos primeiros choques na cadeia de fornecimento sobre os investimentos na cadeia de valor global, a Ásia mostra o menor declínio nos investimentos entre as regiões em desenvolvimento”, indicou a agência da ONU.

Foto: Foto: Marcello Casal Jr.

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