A Rua Miguel Calmon, no Comércio, completa um ano de requalificada. Mais do que ter proporcionado simples melhorias, as intervenções realizadas pela Prefeitura transformaram a via em um ambiente urbano moderno, sustentável e ainda mais acessível, um dos símbolos de preservação e transformação da Cidade Baixa.
A degradação que por muitos anos tomou conta do cenário local ficou de vez no passado. O que não faltam hoje são elogios por parte das pessoas que vivem, trabalham, estudam e conhecem bem a região. “Essa requalificação foi maravilhosa em todos os sentidos. Para quem conheceu a Miguel Calmon antes e para o agora nem tem comparação”, destaca Carmen Urbano, 38 anos, vendedora na banca de livros Mouraria.
Com mais de duas décadas de trabalho no Comércio, Carmen conta que a rua se tornou chamariz não apenas para os próprios soteropolitanos, mas também para os turistas (até antes da pandemia). Um dos pontos favoritos dos visitantes, ressalta ela, é a Praça da Inglaterra, área adjacente à Miguel Calmon e que também foi completamente revitalizada.
Para o vendedor de água de coco Gilmar Tadeu, 46, a nova Miguel Calmon fez com que toda a população passasse a valorizar a localidade, uma das mais movimentadas e tradicionais da capital baiana. “Até a sensação de segurança aumentou. O Comércio estava abandonado e o que estamos vendo é um processo contínuo de mudança por aqui”, disse.
Intervenções – A requalificação da Rua Miguel Calmon envolveu colocação de nova pavimentação, serviços de macro e microdrenagem, além de mobiliário urbano e ciclovia desde as imediações do Mercado Modelo até a entrada do Plano Pilar. O investimento foi de R$ 4,8 milhões, com recursos provenientes de financiamento junto à Caixa Econômica Federal.
O pacote de ações incluiu ainda a revitalização da Praça Riachuelo, cujo entorno ganhou piso intertravado. Já as calçadas da rua passaram a ter concreto lavado com detalhes em pedras portuguesas e itens de acessibilidade, como rampas, piso tátil e passagem de pedestres.
A iluminação foi modernizada com a implantação de lâmpadas em LED. Além disso, a Miguel Calmon ficou mais verde com a plantação de quase 100 mudas de árvores de espécies de médio porte e que hoje ajudam a minimizar os efeitos da emissão de gás carbônico dos veículos que trafegam no local. À medida que forem crescendo, os vegetais garantirão mais sombreamento, inclusive nos espaços de descanso com bancos que foram implementados.
Novas praças – Próxima à Rua Miguel Calmon, a população conta com áreas de convivência e lazer inteiramente revitalizadas e que deverão ser bastante utilizadas no pós-pandemia. Nos últimos dois meses foram entregues as novas praças Visconde de Cairu, a mesma que abriga Mercado Modelo, Marechal Deodoro (conhecida com Praça das Mãozinhas). Dá para ir de espaço a outro a pé.
A Cairu é conhecida por ser ponto de encontro entre moradores e visitantes de todo o Brasil e do mundo. É, também, porta de entrada para quem chega pelo mar e parada obrigatória nos roteiros de quem quer conhecer Salvador. A praça ganhou deque de contemplação, piso em granito e de pedra portuguesa nas cores branca e preta, bem como novos bancos. Foram feitas ainda as reformas do busto de Visconde de Cairu e do guarda-corpo do cais, entre outras melhorias.
A Marechal Deodoro passou a contar novos mobiliários urbanos (bancos e lixeiras), pista tátil direcional e rampas, nova iluminação e calçada com pavimentação adequada, baia na parada de ônibus, ordenamento dos estacionamentos de veículos, guarda-corpo e balizadores. O Monumento das Nações, mais conhecido como Monumento das Mãozinhas, também foi restaurado.
Já a Praça da Inglaterra se tornou um dos espaços preferidos dos trabalhadores e visitantes do Comércio. Entregue em dezembro de 2018, o local teve pavimentação renovada e instalação de meio-fio, requalificação do sistema de drenagem e paisagismo. Houve ainda a recuperação do monumento em homenagem a José Joaquim Seabra, um dos principais políticos da história baiana.
Projeto – A reurbanização da Rua Miguel Calmon foi fruto do projeto Ruas Completas, conduzido em todo o país pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e a entidade World Resources Institute (WRI), em parceria com o Instituto Clima e Sociedade (ICS). A ação também fez parte de um projeto maior de requalificação do Centro Histórico de Salvador, região onde a Prefeitura já investiu cerca de R$ 300 milhões dentro do programa Salvador 360.
Foto: divulgação