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TRANSMISSÃO DA COVID-19 NÃO ESTÁ DIMINUINDO, ALERTA OMS

Redação - 10/08/2020 13:30 - Atualizado 10/08/2020

O diretor de emergências da Organização Mundial de Saúde (OMS), Michael Ryan, alertou nesta segunda-feira (10) que o Brasil ainda tem altos níveis de transmissão da Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2). “O Brasil está sustentando um nível muito alto de epidemia. A curva [de transmissão] achatou um pouco, mas não está diminuindo”, alertou Ryan.

Ryan lembrou que, apesar de o número de casos no Brasil crescer cerca de 10% por semana, o número de casos no país é muito alto. Além disso, a quantidade de casos positivos entre as pessoas que são testadas está em torno de 20% – o que, segundo ele, é “muito alta”. “Muitos dos indicadores para o Brasil estão realmente apontando para transmissão comunitária contínua, pressão contínua no sistema de saúde”, afirmou o diretor de emergências.

“O Brasil continua a ter entre 50 e 60 mil novos casos por dia. As UTIs ainda estão dando conta – e, de novo, é um crédito tremendo aos profissionais de saúde do Brasil; eles estão nisso há meses”, elogiou Ryan. 32.912 vidas perdidas: julho foi o mês com mais mortes por Covid-19 no Brasil, apontam secretarias de Saúde. “A ocupação das UTIs em muitos lugares agora ultrapassa 80%, em alguns lugares, 90%. Qualquer pessoa que trabalhe em UTIs e em uma situação de doenças infecciosas reconhece a pressão e o estresse sobre essas pessoas e suas famílias. Sustentar isso por meses é uma tarefa quase impossível”, disse.

No sábado (8), o Brasil ultrapassou a marca dos 100 mil mortos pela Covid-19. É o segundo maior número do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. No fim de semana, o país também passou os 3 milhões de casos. Segundo o diretor de emergências da OMS, a taxa de transmissão da doença – o chamado R0 – no país oscila entre 1,1 e 1,5. Isso significa que uma pessoa infectada contamina, em média, mais de uma outra. Para que a disseminação da doença fique sob controle, o R0 precisa estar abaixo de 1 (ou seja, é preciso que uma pessoa infectada não consiga contaminar nenhuma outra).

Foto: Mauro Pimentel/AFP

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