Quando assumiu o cargo de ministro interino da Saúde, depois da saída de Nelson Teich, Eduardo Pazuello disse que seu prazo no cargo seria de três meses para ajudar na organização logística do combate à pandemia do novo coronavírus, que provoca a Covid-19. Faltando pouco mais de uma semana para completar os 90 dias, contudo, ele diz que missão contra o vírus ainda não acabou. O governo federal também não dá sinais de que vá tirá-lo da posição. Ministros e secretários de Saúde dizem que é nula a chance de uma substituição no comando em breve.
Segundo informações da coluna Painel, da Folha de S.Paulo, um dos motivos para Pazuello ter, antes, delimitado um prazo para ficar no posto é a pressão para que militares que fazem parte do governo passem para a reserva, com o objetivo de evitar a mistura entre Exército e administração federal. Foi o que fez o ministro-chefe da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos. Pazuello não tem externado a mesma intenção, no entanto.
Ele tem afirmado que a missão Covid-19 ainda não terminou e que, quando acabar, vai procurar Jair Bolsonaro para avisar. Ele provavelmente estará à frente da pasta quando o Brasil atingir a marca de 100 mil mortos. Os secretários de Saúde preferem que Pazuello continue como encarregado. Todos os 17 que responderam ao Painel, vários deles de governos de oposição, disseram aprová-lo.
Foto: Eramos Salomão/ Ministério da Saúde