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ENVIO DESORDENADO DE PACIENTES COM COVID PARA SALVADOR PREOCUPA SETOR DE SAÚDE

Redação - 09/07/2020 11:19

Nos últimos dois meses, 728 pessoas do interior do estado foram internadas na capital baiana para receber tratamento para o coronavírus, conforme dados da prefeitura de Salvador. Os pacientes encaminhados, muitas vezes de forma desordenada, causa preocupação entre os profissionais de saúde.

“É um problema que existia antes da Covid. Todas as unidades de pronto-atendimento de Salvador sempre receberam um grande número de pacientes, principalmente da região metropolitana, dos municípios limítrofes. O que nos preocupa é o envio desordenado. Muitas vezes o paciente é colocado dentro de uma ambulância sem o aparato necessário, e muitos pacientes também vêm em veículos particulares, propiciando um risco”, disse o coordenador médico hospitalar de Salvador, Ivan Paiva, em entrevista ao Jornal da Manhã desta quinta-feira (9).

“Quando o paciente vem sem o processo regulatório, ele vem para uma unidade que a gente não sabe se está apta a recebê-lo, devido ao perfil de complexidade. Ele vem de uma forma desordenada. Quando ele aguarda no município pela regulamentação, vem diretamente para o leito próprio, seja de enfermaria ou UTI”, completou.

Segundo Ivan Paiva, o procedimento normal para que esses pacientes recebam atendimento é por meio da regulação. Eles são avaliados no município de origem e, se houver necessidade, são transferidos para hospitais na capital baiana que possuem unidades de referência para tratamento da doença. O coordenador afirmou que até mesmo Unidades de Pronto Atendimento (UPA) de bairros mais próximos de municípios da região metropolitana são afetados. Paiva reforçou que o ideal seria que o paciente aguardasse na cidade de origem, para ser transferido da forma adequada, o que minimiza os riscos.

“Os pacientes estão sendo regulados. Muitos profissionais, por acharem que o paciente não será regulado, colocam ele na ambulância, orientam que eles venham em demanda própria, de carro. Isso os expõe ao risco. O paciente pode agravar durante o transporte e corre o risco de morrer. O ideal é que fique em assistência médica no seu município de origem, sob oxigenoterapia. No carro ele vem sem oxigênio, sem o cuidado de um profissional de saúde. O paciente acolhido em sua unidade e aguardando na tela de regulação, será identificado um leito e uma ambulância apropriada, e ele chegará ao seu destino de forma segura, minimizando riscos”, salientou.

 

Foto: AFP

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