Um filme milionário de ficção científica terá, pela primeira vez, uma robô “de verdade” como protagonista. De acordo com os produtores do longa “b.”, Erica, como é chamada a “atriz”, é equipada com Inteligência Artificial e foi desenvolvida especialmente para o papel no filme. O modelo é capaz de monitorar o ambiente a todo o tempo e saber quando é necessário estabelecer uma conversa, entre outras funções. A produção, que deve custar entre US$ 70 mi e R$ 100 milhões (algo em torno de R$ 380 mi e R$ 544 milhões, na cotação atual), teve o início das gravações em 2019, mas o filme ainda não tem data para estrear nos cinemas.
Erica será também um robô na história do filme. No entanto, a ideia é fazer a criação parecer muito mais avançada do que é na realidade. Os produtores explicaram ao site de entretenimento The Hollywood Reporter que foi preciso treinar o robô para tornar suas expressões mais naturais.O processo envolveu, por exemplo, sessões individuais para ensinar a Inteligência Artificial a reproduzir emoções.
Houve ainda uma atenção maior ao desenvolvimento de uma linguagem corporal adequada à personagem, como o controle da velocidade dos movimentos para ficarem menos mecânicos. No filme, Erica vai interpretar uma mulher criada artificialmente, que tem a ajuda de um cientista para escapar de um programa criado para aperfeiçoar o DNA humano. O projeto é financiado pelos estúdios BondIt Capital Media e Ten Ten Global Media, ambos dos EUA, e Happy Moon Productions, da Bélgica.
Embora Erica seja o primeiro robô escalado para estrelar um filme como protagonista, o cinema não é a única indústria a substituir pessoas por humanóides, com ou sem corpo físico. Em fevereiro, a agência de notícias Reuters apresentou um protótipo de apresentador de TV totalmente virtual. Já a robô Sophia, primeira do mundo a receber a cidadania de um país, já participou de pequenos filmes e comerciais de TV.
Além disso, desde 2018, a Academia Militar de West Point, nos Estados Unidos, testa Bina48, máquina que auxilia professores em aulas de ética e filosofia. Isso sem falar nos inúmeros robôs ultrarrealistas que tomaram conta da indústria adulta, especialmente na Ásia, e os próprios modelos sexuais.
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