O Ministério da Saúde anunciou durante a reunião da Comissão Tripartite hoje (18) que irá organizar uma licitação para aquisição de medicamentos utilizados durante a entubação, como pré-anestésicos, anestésicos e relaxantes musculares.
A medida respondeu a um pleito das secretarias estaduais e municipais de saúde, que apontaram risco de desabastecimento dessas substâncias diante do aumento de pacientes infectados com a covid-19 e de uma estrutura maior de atendimento. De acordo com a Agência Brasil, durante a reunião da Comissão Tripartite, os representantes das autoridades de saúde destacaram a gravidade do problema.
“Temos um sentimento grande de solidão. Não nos deixem sós com um problema gravíssimo que temos neste momento que se chama medicamentos pré-anestésicos, anestésicos, relaxantes musculares, que são essenciais para entubar pacientes. Estamos apelando ao ministério desde meados de maio e não temos visto horizonte neste momento”, reivindicou o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e secretário de saúde do Pará, Alberto Beltrame.
O tema foi objeto de reuniões no Ministério Público Federal, reunindo representantes das secretarias, do Ministério da Saúde, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e de fabricantes de remédios. Ainda de acordo com a reportagem, em resposta, o ministro interino, Eduardo Pazuello, informou que a pasta irá organizar uma licitação com fornecedores nacionais da qual os estados e prefeituras de algumas capitais poderão participar adquirindo quantitativo desses medicamentos. O Ministério da Saúde não irá fazer a compra, que ficará a cargo de cada autoridade local de saúde, mas comandará o processo.
“Estamos trabalhando com a Organização Pan-americana de Saúde para fazer aquisição emergencial no mercado internacional em quantidade que não impacte nossa fabricação nacional mas permita que tenhamos capacidade de socorrer hospital ou estado”, acrescentou Pazuello.
O Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Willames Freire, saudou a decisão. “Estamos decidindo a resolução do problema da falta destes medicamentos em um momento crítico que a sociedade está vivendo”, destacou.
Foto: Aílton de Freitas / O Globo