O presidente do Bahia Guilherme Bellintani cogita a hipótese do futebol brasileiro retomar o calendário de 2020 com os primeiros jogos do Campeonato Brasileiro regionalizados após a situação da pandemia do coronavírus no país estiver num nível razoável. Em entrevista ao Podcast 45 Minutos, ele ressaltou que ainda não há uma previsão da bola voltar a rola, já que os treinos ainda não foram retomados. Devido às dimensões do país e suas diferenças nos números de casos de cada estado e cidade, o dirigente disse que o tema será debatido no próximo mês.
“O campeonato só vai voltar quando o país tiver uma situação de estabilidade em grande parte das suas regiões. Vejo o Ceará, por exemplo, que está conseguindo aos poucos e acabou com uma curva tão acentuada como estava tendo, mas ainda está longe de começar a descer ou até estabilizar o número de casos. São Paulo e Rio é a mesma coisa. Eu não vejo como razoável, o país voltar o campeonato nacional, num país com a dimensão do Brasil, com eixos de focos específicos muito intensos, porque primeiro a situação é de saúde pública mesmo. Se começar a deslocar jogador do Ceará para jogar em São Paulo ou no Rio ou em Salvador. Como é que vamos jogar uma partida da Copa do Nordeste no Ceará se lá a pandemia ainda está em alta? Então, acho que enquanto não tiver uma situação de estabilização em grande parte das regiões do país não tem como falar em retorno. Mas acho natural entender que cada região tem suas circunstâncias”, explicou. “As primeiras partidas sejam dentro das próprias regiões, por exemplo clubes do Rio contra clubes do Rio, Gre-Nal abrindo a primeira rodada do Brasileiro lá. Depois, Grêmio e Athletico-PR. Bahia e Ceará e na sequência, Bahia e Fortaleza, os dois jogos lá em Fortaleza. São exemplos de como é possível rever a tabela ajustando para a realidade regional na retomada do calendário”, completou. O Campeonato Brasileiro estava previsto para começar no primeiro fim de semana de maio, mas ainda em março a CBF anunciou a paralisação de todas as suas competições devido a pandemia do coronavírus.
Já para a Copa do Nordeste, o dirigente disse que uma das hipóteses que serão discutidas é a continuidade do torneio numa única cidade. “Trazendo para a realidade do Nordeste, daqui a pouco a gente vai estar conseguindo discutir se a Copa do Nordeste permanecerá regionalizada nas suas partidas ou se juntaremos todo mundo numa única cidade com três ou quatro campos e fazer as disputas. É uma hipótese. Não estou defendendo isso e dizendo que é o mais provável. Já foi dita de forma isolada por Eduardo [Rocha, presidente da Liga do Nordeste], mas sem discussão muito grande com os clubes. É uma hipótese que temos que considerar. Não é o que eu defendo ainda, mas começo de junho vamos ter que começar a debater essa pauta. Só vai ter clima para qualquer campeonato quando as regiões envolvidas tiverem uma situação minimamente razoável. O problema de um é problema de todos”, disse. A Copa do Nordeste foi suspensa faltando uma rodada para o encerramento da primeira fase. Segundo colocado do Grupo A com 14 pontos, o Bahia já havia garantido a classificação de forma antecipada.
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