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COLUNA NO JORNAL A TARDE: ARMANDO AVENA – UM PLANO PARA REABRIR A ECONOMIA

Redação - 21/05/2020 08:15 - Atualizado 21/05/2020

A Bahia está na fase 1 da pandemia, na qual o objetivo principal é sobreviver.  Até o final desta semana, o sistema de saúde de Salvador vai entrar em colapso – a demanda vai ser maior que a oferta de leitos – e isso vai gerar um aumento significativo no número de mortos. Isso não significa que a cidade terá chegado ao pico da curva de casos do Covid-19, mas que está se aproximando, embora não se saiba por quanto tempo o número de casos e de mortos continuarão a subir e quando começarão a declinar. Há projeções de todo tipo, mas não é necessário ser vidente para perceber que até o final de junho o quadro estará delineado, embora até lá talvez seja necessário a decretação do lockdown ou a ampliação do isolamento em vários bairros.

Isso significa que já é o momento de começar a preparar a fase 2: a retomada da economia. E o governo do Estado e a Prefeitura de Salvador não podem ficar esperando o declínio da pandemia, precisam começar a estabelecer um plano organizado para a reabertura gradual dos negócios. Esse plano deve ser concebido nos mesmo moldes daqueles adotados em vários estados brasileiros e que se caracteriza pelo estabelecimento de gradação nos setores e nos espaços que serão liberados. Em relação aos setores, é preciso estabelecer aqueles que, não sendo essenciais, são considerados de baixo e médio risco e podem ser reabertos mais rapidamente, e os de alto risco, que teriam de esperar o enfraquecimento da pandemia. Essa reabertura da economia tem de ser gradual e progressiva, escalonada e de forma diferenciada a depender do local, sempre de acordo com os critérios e os dados do sistema de saúde e com o perigo de contágio.

No que se refere ao Estado, vale lembrar que cerca de 10 municípios baianos respondem por 85% dos casos da doença, que quase 70% estão na RMS e que são conhecidos aqueles com alto coeficiente de disseminação. Muitos municípios no Estado não registram um caso sequer e outros estão há mais de duas semanas sem registrar novos casos, o que facilita o foco da flexibilização.

Em suma: está na hora de começar a pensar na reabertura da economia, mas isso tem de ser feito de  forma responsável avaliando cada local na cidade, a situação do sistema de saúde e a conscientizando a população. O isolamento social é prioridade, mas o poder público precisa anunciar um plano de reabertura da economia para que os agentes econômicos possam se planejar e se preparar para a nova normalidade.

                                   Publicado no jornal A Tarde em 21/05/2020

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