Na reunião ministerial do dia 22 de abril, peça-chave no inquérito que apura suposta tentativa de interferência política do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal, o chefe do Executivo pediu ajuda de seus ministros para “salvar o governo” dizendo que “a barca está afundando”, segundo fontes que assistiram à gravação na terça-feira passada.
O presidente também teria dito aos presentes que, se ele caísse, eles cairiam junto e ainda que poderiam ser presos por homofobia e racismo, prevendo até a punição que pagariam: 8 anos de prisão
O registro da reunião foi exibido a um restrito grupo de pessoas autorizadas pelo ministro Celso de Mello, relator do inquérito no STF. A exibição ocorreu no Instituto Nacional de Criminalística da corporação em Brasília, com participação de Moro, integrantes da AGU, procuradores e investigadores.
Na segunda-feira, Celso de Mello determinou que uma equipe realizasse perícia do vídeo. O material está sob sigilo temporário por ordem do decano do Supremo desde o dia que foi entregue pelo Planalto, no dia 8. No entanto, ao autorizar o acesso do material pela Procuradoria-Geral da República, AGU e Moro, o ministro registrou que decidirá “brevissimamente, em momento oportuno, sobre a divulgação, total ou parcial, dos registros audiovisuais contidos na mídia digital”.
Foto: Sérgio Lima/ Poder 360