O volume do setor de serviços na Bahia teve queda de 7,8% em março, frente a fevereiro, na série com ajuste sazonal. Foi o segundo resultado negativo consecutivo nesse confronto, com forte aceleração no ritmo de queda: de janeiro para fevereiro, os serviços haviam tido variação negativa de -0,1% no estado, informou o IBGE nesta terça-feira (12).
Já na comparação com março de 2019, o setor de serviços do estado teve queda ainda maior, de 12%. Foi um desempenho muito pior que o nacional (-2,7%) e o terceiro maior recuo entre os estados, acima apenas dos verificados no Amapá (-13,2%) e no Rio Grande do Norte (-12,4%). Em março, começaram as primeiras medidas restritivas para conter a pandemia do novo coronavírus.
Em 2020, os serviços na Bahia tiveram seu pior março em oito anos, nas duas comparações (frente ao mês imediatamente anterior e diante do mesmo mês do ano passado), desde o início da série histórica da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE, que começou em 2012 para esses dois indicadores.
No primeiro trimestre de 2020, o setor de serviços baiano acumula recuo de 6,8%. É o segundo pior desempenho entre os 27 estados, acima apenas do Piauí (-7,0%). No Brasil como um todo, os serviços têm variação negativa de -0,1% no ano de 2020. Nos 12 meses encerrados em março, os serviços também seguem acumulando resultado negativo na Bahia (-3,9%), diferentemente do cenário do país como um todo, onde se verifica uma variação positiva nesse indicador (0,7%).
Todos os cinco grupos de atividades investigados pelo IBGE registraram queda em março, em relação ao mesmo mês de 2019. Os serviços prestados às famílias tiveram recuo de 35,8%, maior queda considerando todos os meses da série histórica da PMS, iniciada em 2012, e exerceram a maior influência no resultado geral. A queda foi motivada, em grande parte, pelas paralisações nas atividades de estabelecimentos como restaurantes e hotéis.
O segundo maior recuo veio de outros serviços (-15,9%), que já haviam caído fortemente em fevereiro (-20,1%). Entretanto a segunda maior contribuição para o resultado geral negativo no mês foi a dos transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, que é o segmento de maior peso na estrutura do setor de serviços na Bahia e retraiu 8,0%. Nesta atividade, impactos importantes vieram do transporte aéreo e de algumas empresas de transporte rodoviário coletivo de passageiros.
Foto: Agência Brasil