Por: João Paulo Almeida
O IBGE divulgou hoje que a produção industrial brasileira desabou 9,1% em março, na comparação com fevereiro, mostrando um forte impacto da pandemia de coronavírus no setor e na atividade econômica. Trata-se do pior resultado para meses de março da série histórica da pesquisa, iniciada em 2002. É também a queda mensal mais acentuada desde maio de 2018 (-11%), quando o setor foi afetado pelas paralisações provocadas pela greve dos caminhoneiros.
Em contato com o portal Bahia Econômica, o Gerente de Estudos Técnicos da FIEB (Federação das Indústrias do Estado da Bahia), Ricardo Kawabe, explicou que a expectativa é que a pandemia gere em média uma redução de 5,9% no total dos empregos formais da Bahia. “Já há empresas e unidades industriais fechadas por falta de demanda. As demissões estão ocorrendo e são inevitáveis num cenário de economia completamente debilitada como o que vivemos. Citando o já referido estudo, num cenário de alto impacto, a FIEB estima uma redução de 5,9% no total dos empregos formais da Bahia, em linha com a possível queda do PIB (-6,4%)”, disse.
Ricardo Kawabe ainda explica que o momento é muito delicado para a economia e a desindustrialização já vem afetando o setor. “O momento é trágico não apenas para a indústria nacional, mas para todo o setor produtivo, num contexto em que toda a sociedade está sofrendo com os efeitos dessa pandemia de Covid-19 em solo nacional. No caso do setor industrial, a situação é particularmente desafiadora por se tratar de um ano desastroso em sequência a um processo continuado de declínio em sua participação na economia brasileira, a chamada desindustrialização”.
“Foto: divulgação| Foto: Pedro Danthas”