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PRATES DIZ FOCAR EM PANDEMIA, MAS NÃO DESCARTA DEIXAR SECRETARIA

Redação - 08/04/2020 09:00

O surto de coronavírus que atinge o Brasil e outras partes do mundo levantou uma questão no meio político de Salvador: vai “ter clima” para o secretário municipal de Saúde, Leo Prates (PDT), deixar o cargo para ser candidato na eleição deste ano? O pedetista é pré-candidato ao Palácio Thomé de Souza, mas também é cotado para integrar, como vice, a chapa de Bruno Reis (DEM) à prefeitura de Salvador. O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), tem dito que a decisão sobre a permanência ou a saída de Prates na secretaria só vai acontecer no início de junho – prazo máximo para quem deseja ser candidato a prefeito ou vice-prefeito se descompatibilizar.

O problema é que junho ainda será o pico do coronavírus, segundo o Ministério da Saúde. “Nós estamos imaginando que nós vamos trabalhar com números ascendentes, espirais em abril, maio, junho. Nós vamos passar ai 60 a 90 dias de muito estresse para que quando chegarmos ao fim de junho, julho, a gente imagina que entra no platô. Agosto, setembro a gente deve estar voltando desde que a gente construa a chamada imunidade de mais de 50% das pessoas”, disse o ministro Luiz Henrique Mandetta no mês passado.

Questionado pela Tribuna se vai permanecer no cargo, Prates se esquivou. “Eu pensava deixar a prefeitura agora no dia 4 de abril, mas por causa dessa crise eu me mantive na secretaria em solidariedade ao povo de Salvador. Eu acho inadequado se falar de política neste momento e me mantenho focado no trabalho, na Secretaria Municipal de Saúde”, declarou.

Cotado para ser vice na eventual chapa encabeçada pela major Denice Santiago à prefeitura de Salvador, o secretário estadual de Saúde (Sesab), Fábio Vilas-Boas, já descartou deixar o posto para ser postulante no pleito deste ano. Segundo o titular da Sesab, ele não vai “abandonar o paciente” ao se referir à Bahia. “Tive um professor na minha vida de médico que foi Jackson Noya. Comecei a acompanhá-lo no terceiro ano da faculdade e se há uma lição que aprendi é que um médico nunca abandona seu paciente. Nunca. ‘Fabinho só volte pra casa depois de ter resolvido tudo’. Nunca esqueci”, postou, em uma rede social.

Prates tem dito que trabalha para ser candidato a prefeito de Salvador, mas, nos bastidores, o comentário é de que Neto sonha ter o aliado como vice de Bruno Reis. O trio iniciou na vida política juntos.  Em entrevista à Rádio Jornal, de Pernambuco no início deste ano, ACM Neto admitiu que a sua intenção é de que o DEM e PDT façam um “trabalho conjunto” na capital baiana.

“O Democratas é hoje um partido que tem condições de conversar com várias correntes ideológicas do país. Eu diria que, da centro-esquerda até a direita, nós temos diálogo com diversos partidos. O PDT é um deles. Talvez, a gente consiga produzir alianças em algumas capitais. Estamos falando aqui da candidatura do meu atual vice-prefeito Bruno Reis em Salvador. O PDT está trabalhando o nome do meu secretário de Saúde, que é o deputado estadual Leo Prates. A ideia é que a gente possa tentar fazer um trabalho conjunto. Em São Luiz do Maranhão, Fortaleza, nós estamos dialogando. E pode se de estender para outras cidades”, declarou.

O prefeito fez questão de ressaltar ainda que um acordo agora entre o DEM e o PDT não é sinal de aliança para a eleição de 2022. “Isso não significa dizer que automaticamente haverá um alinhamento entre Democratas e o PDT para o futuro. Por enquanto, o que está em discussão é a eleição municipal”, frisou. Em 2018, parte do Democratas (entre eles, Leo Prates) queria apoiar o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) na corrida eleitoral, mas a legenda decidiu ficar ao lado de Geraldo Alckmin (PSDB).

Foto: Reprodução

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