O médico infectologista Roberto Badaró afirmou, em entrevista à Rádio Metrópole, na manhã de hoje (7), que discorda da proposta do governo federal fazer uso de hidroxicloroquina em pacientes graves de Covid-19. Ele recomenda o uso do medicamento, que tem ação antiviral, de forma precoce. Ele ressalta que a pandemia é muito dinâmica e que cada paciente reage de uma forma. No entanto, o médico afirma que os doentes com insuficiência respiratória severa apresentam este sintoma não por ação do vírus, mas por uma reação do organismo contra o vírus que atinge o pulmão.
“Vi dois estudos agora que mostram que, quanto mais precoce você der, melhor. Então, são essas modificações que fazem o ministro (Luiz Henrique Mandetta) ficar confuso. O ministério lançou proposta de protocolo dizendo que todos os pacientes que estivessem grave, devem usar hidroxicloroquina. Eu discordo disso”, afirmou o infectologista.
Ontem (6) o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, se recusou a assinar a proposta de decreto do governo federal para que doentes graves usem o medicamento. Ele disse que rejeitou o documento por falta de embasamento científico, ao adotar um posicionamento mais cuidadoso sobre a substância – que tem sido defendida pelo presidente Jair Bolsonaro.
“Eu acho que, se eu pegar Covid-19, no primeiro dia, já estou tomando hidroxicloroquina. Se tiver alguma chance de reduzir minha carga viral, é no início e não depois, que você já está com dano pulmonar. É tão simples quanto isso. Fiz um novo protocolo e estou encaminhando para o ministério, para fazer uma intromissão de hidroxicloroquina e azitromicina cedo. Já teve o diagnóstico e está confirmado? Começa a tomar. Se tiver que ter benefício é nessa fase, e não quando está muito grave. Tem um trabalho que mostrou que todos os doentes que fizeram nessa fase já grave entubado, não teve sucesso. Essa foi a discordância e eu discordo também. Acho que tem que fazer precocemente”, defendeu.
Foto: divulgação