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ROBERTO BADARÓ CRITIA EUA RETER RESPIRADORES COMPRADOS PELA BA

Redação - 03/04/2020 09:49

O médico infectologista e pesquisador-chefe do Instituto de Tecnologia em Saúde do Senai-Cimatec Roberto Badaró disse hoje (3), em entrevista à Rádio Metrópole, que os EUA adotam uma estratégia de guerra ao reter respiradores comprados pela Bahia. De acordo com reportagem da Folha, uma carga dos equipamentos chineses ficou no aeroporto de Miami e a suspeita é de que os Estados Unidos pagaram mais pelos produtos.

“Estamos preocupados com isso. Eu tenho conversado diariamente com Bruno Dauster, que é da Casa Civil, ele está em confinamento em casa, porque é do grupo de risco e pode trabalhar home office. Ele disse que faz o pedido e paga e os caras não entregam. Isso é problema. O americano, com o temperamento de querer controlar o resto do mundo, faz isso mesmo. A gente comprou e parou em Miami. Então está fazendo uma estratégia de guerra. ‘Entrou no meu país, eu fico’. Então a gente tem que buscar estratégias de fazer o hub em outro local, não lá. Porque essa é uma guerra. Eles estão precisando e nós também. Essa é a dificuldade que vejo nesse tipo de situação”, avaliou.

Badaró também falou sobre a possibilidade de estudar uma forma de tratar doentes infectados pelo coronavírus na Bahia por meio de anticorpos isolados de pessoas já curadas pela Covid-19, semelhante ao que é feito por pesquisadores chineses. “Nós temos muita gente recuperada. Essas pessoas recuperadas têm anticorpos eficazes. Isso eu estou discutindo com Fabio (Vilas-Boas, secretário de Saúde da Bahia). A gente pode começar a colher o sangue dessas pessoas, separar o soro e fazer esse soro hiperimune e sem vírus e tratar as pessoas rapidamente. Tem dois trabalhos da China que fizeram isso. Então pode ser esse o segredo do chinês, que diminui a mortalidade. Esse fim de fim de semana vou trabalhar em um protocolo específico. E a gente depois vai apelar aos positivos que se recuperaram, para tentar bloquear o vírus, antes que faça a replicação massiva. Isso é uma coisa que está me dando esperança, de que a gente venha diminuir a mortalidade, usando essa estratégia”, diz o infectologista.

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