Preta Gil superou o coronavírus. O isolamento, por opção, no entanto, continua em sua casa, em São Conrado. A vida não voltou ao (que era tido como) normal — nem voltará. Até porque, segundo ela, após a pandemia do Covid-19, velhos hábitos terão de ficar para trás. Prioridades mudam. A cantora, como conta a própria, é uma mulher diferente: prefere dedicar mais tempo a si e aos outros, cuidar de sua saúde física e emocional e deixar projetos profissionais para o futuro. Ainda mais que “o mundo está em suspenso no momento”.
“A gente vai melhorando a cada dia, os sintomas físicos e emocionais. Tem que se fortalecer das duas formas”, explica Preta: “Muda muita coisa. O nosso tempo interno é diferente: respira em um ritmo diferente, o coração bate em outra velocidade. É como se a gente sofresse aquele tranco, quando pula de paraquedas. Depois, repensa as coisas. É transformador. Não adianta fazer planos, porque o mundo está em suspenso. O olhar é diferente, somos um todo, um sentido mais coletivo, se preocupando com o outro”.
Preta se diz grata por ter passado por todo esse processo sem que a doença tenha se manifestado de forma mais violenta, como em outros casos. Passou todo o período de isolamento num hotel em São Paulo, onde também estavam sua maquiadora e o marido, Rodrigo Godoy: “Se comunicavam aos gritos e dividiam os poucos cômodos do espaço”. Tempos difíceis, ela não esconde. Credita a evolução positiva do caso à fé, à terapia, e ao amor que recebeu.
“Sou católica desde criança e também pratico o candomblé. O sincretismo sempre foi muito forte na minha vida. Fazia minhas orações e também contei com carinho de pastores, budistas, judeus… Tudo é luz. Também falava com a minha terapeuta todos os dias”, afirma ela, que reitera a importância do isolamento, apesar de defender que “o distanciamento não precisa ser afetivo”.
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