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CRESCIMENTO MENOR EMPURRA EMPRESÁRIOS BRASILEIROS AOS EUA

Redação - 16/03/2020 09:11 - Atualizado 16/03/2020

Dispara o número de declarações de saída definitiva do Brasil entregues à Receita Federal, em 2019. Até 28 de julho do ano passado, haviam sido apresentados 21.873 documentos. O que representou 94% do total de declarações registradas em todo o ano de 2018, que já havia sido recorde, com 23.149 comunicados. O volume de brasileiros deixando o país pode sim estar relacionado com o menor crescimento e a vontade das pessoas em proteger seus patrimônios. É o que acredita o especialista em negócios internacionais, André Duek.

“Quando iniciei minha trajetória como investidor no mercado americano, há mais de oito anos, percebi que era menor o número de brasileiros que buscavam compreender melhor os EUA com foco na imigração, moradia e investimentos. Hoje, há um número cada vez maior de conterrâneos que estão em busca de ganho em dólar e da segurança econômica aqui”, afirma o empresário que investiu em motorhomes e fundou uma boutique imobiliária na Flórida que acaba de ser vendida a um renomado grupo internacional.

Outros dados divulgados pelo Banco Central (BC) do Brasil, mostram que em agosto de 2019, houve a maior quantia de dinheiro remetido do exterior para o Brasil desde 2010, em comparação com o mesmo mês dos anos anteriores. Foram US$ 290 milhões enviados para território verde e amarelo, com cerca de 25% desse valor referente a dólares oriundos dos EUA, país mais participativo nesse quesito. Em todo o ano, o País já recebeu US$ 1,91 bilhão em transferências pessoais da moeda americana.

André Duek acredita que o maior número de empreendedores brasileiros nos EUA, quase 10 mil segundo o Itamaraty, pode estar relacionado com o aumento do envio de remessas de dinheiro de volta ao Brasil. “A ideia de todo investidor que aposta em um mercado externo é poder articular operações em dois países e equilibrar suas finanças em duas economias. Assim, terá uma certa segurança caso, em um dos países a economia não ande tão bem”, explica o especialista em negócios internacionais.

Quando o assunto é envio de dinheiro para outros países, os EUA também lideram as opções dos brasileiros. Em 2019, dos US$ 1,38 bilhões emitidos para o exterior, US$ 301 milhões foram para contas norte-americanas, o que equivale a quase 22% do total. “São naturais estas operações durante as oscilações cambiais. Quem tem investimentos e ganhos em dólar aproveita esses momentos de alta da moeda frente ao real para trazer o dinheiro de volta ao Brasil”, explica o especialista André Duek.

Foto: divulgação

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