O Índice de Confiança da Indústria (ICI) da Fundação Getúlio Vargas avançou 0,5 ponto em fevereiro, para 101,4 pontos, mesmo nível de março de 2018. Com o resultado, o índice registra a quarta alta consecutiva e um avanço de 6,0 pontos desde outubro de 2019. “A continuidade da tendência de recuperação da confiança industrial ancorou-se, em fevereiro , na melhora dos indicadores da situação atual, com destaque para a alta de 3,2 pontos do indicador de demanda, que retornou ao nível correspondente à neutralidade, e ao avanço do NUCI. Para os próximos três meses, no entanto, a sondagem indica certa cautela por parte dos empresários, tanto nas previsões em relação à demanda quanto ao nível futuro de produção. Lembro que a pesquisa de fevereiro foi produzida com dados coletados até o dia 21 deste mês, não capturando, portanto, a piora do cenário econômico mundial com a divulgação de casos de coronavírus na Europa e no Brasil”, comenta Renata de Mello Franco, economista da FGV IBRE.
Em fevereiro, a confiança subiu em 12 dos 19 segmentos industriais pesquisados. O resultado positivo decorre da melhora da percepção dos empresários sobre a situação atual. O Índice de Situação Atual subiu 1,2 ponto, para 100,9 pontos, o maior valor desde outubro de 2013 (101,6 pontos). O Índice de Expectativas (IE), por sua vez, ficou praticamente estável, ao variar -0,2 ponto em relação ao mês anterior, para 101,8 pontos. Neste mês, a maior contribuição para o ISA veio da melhor percepção dos empresários sobre a demanda. O indicador que mede a demanda total, subiu de 97,7 pontos para 100,9 pontos, o maior nível desde dezembro de 2013 (101,8 pontos), ultrapassando o nível neutro. Em relação aos demais indicadores, o que mensura a situação atual dos negócios aumentou 1,9 ponto, para 101,9 pontos, enquanto o nível de estoques caiu 1,6 ponto, para 99,9 pontos.
Sobre o IE, apesar de os indicadores que medem as perspectivas sobre a evolução do ambiente de negócios nos próximos seis meses e o volume de pessoal ocupado nos próximos três meses apresentarem alta de 1,4 ponto e 1,0 ponto respectivamente, para 104,9 pontos e 101,0 pontos, a queda de 3,0 pontos do indicador de produção prevista, para 99,6 pontos, influenciou a piora das expectativas esse mês. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) aumentou 0,5 ponto percentual (p.p.), para 76,2%, mesmo valor observado em outubro de 2018. Em médias móveis trimestrais, o NUCI subiu 0,3 p.p., passando de 75,4% em dezembro e janeiro para 75,7% em fevereiro.
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