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PROJETO ESTIMA COLETAR 200 TONELADAS DE RESÍDUOS NO CARNAVAL

Redação - 24/02/2020 12:15

Ação “Folia que Vira” vai instalar oito centrais de coleta nos circuitos da festa para atender catadores e cooperativas, otimizando cadeia de reciclagem e investindo em sustentabilidade. Oito centrais de coleta de resíduos reciclados serão instaladas nos circuitos do Carnaval em Salvador este ano. A expectativa é que o programa Folia que Vira receba mais de 6 milhões de latas de cerveja durante os seis dias de festa. Outros materiais também serão recolhidos com a previsão de coletar 200 toneladas de resíduos durante a folia baiana, volume que representa um crescimento de 67,5% em comparação ao que foi arrecadado em 2019.

O percentual de lixo reciclado no Carnaval de Salvador ainda é considerado baixo. Apesar de 35% dos resíduos gerados na festa estarem aptos para reciclagem, apenas 9% é descartado corretamente, de acordo com relatório da Secretária de Sustentabilidade, Inovação e Resiliências (Secis). Essa sobrecarga do aterro sanitário poderia ser evitada com o estímulo de ações sustentáveis que visem promover a Economia Circular por meio do reaproveitamento desses resíduos.

Esse é o objetivo do projeto Folia que Vira, realizado pela agência MAP Brasil com apoio da One Stop e da startup Solos com investimento da Ambev. “Essa iniciativa deixa um legado positivo para a capital baiana por gerar consciência socioambiental nos soteropolitanos e nos turistas. Queremos criar essa cultura do cuidado com a cidade em um momento que as atenções do mundo estão voltadas para Salvador”, explica Amanda Gomes, que desenvolveu o programa com os sócios Marina Morena e Pedro Tourinho da MAP Brasil.

“Quem investe no carnaval não pode se furtar da responsabilidade de cuidar dos impactos no meio ambiente, ainda há muito a ser feito, mas sem dúvida esse projeto é um passo importante nesse sentido”, completa Pedro Tourinho. A ação Folia de Vira otimiza a cadeia da reciclagem, envolvendo catadores, cooperativas e recicladora. De acordo com a fundadora da Solos, Saville Alves, a iniciativa melhora a qualidade do trabalho de todos os agentes envolvidos no processo. “A estrutura montada nas centrais torna o processo mais eficiente, já que setoriza as atividades e impede a ação de atravessadores. Cooperativas e recicladoras terão contato direto, facilitando a comercialização do material arrecadado e ampliando o lucro das cooperativas. Isso é uma inovação na cadeia de reciclagem”, explica.

Estima-se que as cooperativas faturem R$ 500 mil com a venda do material. O valor pago pelos resíduos será padronizado, tornando o processo transparente e seguro para os catadores, que vão receber um kit com equipamento de proteção individual e alimentação. O cadastro dos trabalhadores será realizado pelas cooperativas participantes (Camapet, Cooperguary, Rede Cata Bahia, Recicla Conquista, Coop Rede e Rede Icatres). Também é possível se inscrever nas oito centrais de reciclagem montadas nos circuitos do Carnaval. As centrais terão espaço para triagem, pesagem e armazenamento dos resíduos, que serão transportados para os galpões das cooperativas para comercialização para recicladoras. A venda das embalagens plásticas conta com o apoio da Ambev e seus parceiros que irão pagar acima da média de mercado para valorizar o trabalho realizado no carnaval.

Foto: divulgação

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