Com o surto do Coronavírus, o crescimento global pode ser afetado este ano. No Brasil não é diferente, principalmente com a alta do dólar, salienta Gustavo Bertotti, economista e head de renda variável da Messem Investimentos, explicando: “O Banco Central vendeu (em 13 e 14 de fevereiro) contratos futuros a receber em dólar com vencimentos para o segundo semestre de 2020, o que em grande parte é absorvido pelos bancos. Em cada dia, foram 20 mil contratos comercializados. Foram necessárias duas intervenções consecutivas para amenizar a alta da moeda. Sem isso, a moeda norte-americana não teria caído”.
Segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC), o Coronavírus também pode enfraquecer o comércio. O ano começou lento nas importações e exportações. O Barômetro Trimestral do Comércio de Bens, divulgado ontem (17), pelo organismo, aponta índice de 95,5, inferior aos 96,6 pontos de novembro de 2019. A queda indica que o crescimento do volume de comércio pode continuar arrefecendo, salienta o economista. Quando abaixo de 100, o indicador aponta risco de contração no mercado.
As empresas também já estão começando a revisar suas projeções de crescimento para 2020, como a Apple, que prevê falta de peças de montagem para a fabricação do iPhone e queda no faturamento. Previsão de resultados recuou de US$ 67 bilhões para US$ 63 bilhões. Enquanto isso, no cenário nacional, a equipe econômica do governo ainda mantém a projeção de crescimento da economia brasileira neste ano em 2,4%.
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