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TUCANO COM CARGO MAIS IMPORTANTE NO PAÍS, DORIA ACUMULA DESGASTES

Redação - 13/01/2020 14:40

Apesar de ter saído das urnas em 2018 alçado ao posto de maior liderança do “novo PSDB”, o governador de São Paulo, João Doria, não ocupa ainda, de fato, essa posição no partido. Ter nas mãos há um ano o cargo mais importante exercido por um tucano não se traduziu em um apoio majoritário a ele no PSDB. Nesse período, Doria acumulou desgastes junto a seus pares e chega a 2020 tendo no retrovisor o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, mais perto do que nunca. O gaúcho vem ganhando popularidade na sigla e começa a despontar como alternativa eleitoral já para 2022. Doria tem pretensão de ser candidato à Presidência da República. Leite, por sua vez, tem dito que não vai disputar a reeleição.

Todo esse cenário não é o que o grupo de Doria idealizou em meados de 2019. Na ocasião, o paulista acreditava que ditaria os rumos da legenda ao exercer uma liderança que seria natural por comandar o maior estado do país e ter eleito para a presidência nacional do PSDB um aliado, o ex-deputado Bruno Araújo. Em seu primeiro discurso como governador eleito, Doria referiu-se ao partido como “meu PSDB”. Na primeira disputa interna, entretanto, percebeu que não tinha o partido nas mãos. Perdeu por 30 votos a 4 a briga, em agosto, que abriria caminho para expulsar o deputado Aécio Neves (MG) da sigla. Em dezembro, voltou a medir força com o mineiro na eleição do líder da bancada na Câmara e, de novo, saiu chamuscado. Diante do acirramento da tensão interna, o então líder, Carlos Sampaio (SP), foi mantido no cargo até que haja clima para rediscutir a sucessão.

Aécio é processado pela Lava-Jato por corrupção e tornou-se uma figura eleitoralmente tóxica, mas ainda influente no tucanato. “Houve um erro de avaliação de que ia chegar, fazer e acontecer por ser o governador de São Paulo. Mas o PSDB do Brasil não é o PSDB de São Paulo, e o Aécio, habilidoso que é, soube usar nossa força (dos tucanos paulistas) contra nós mesmos, pintando o diabo pior do que é”, avaliou um aliado de Doria, referindo-se a um sentimento antipaulista no partido que ressurgiu com o governador. O deputado Celso Sabino (PSDB-PA), candidato a líder da bancada apoiado por Aécio, traduz a insatisfação com o estilo Doria: “O governador tem uma visão empresarial das coisas e entende que ele deve impor seus pensamentos e ideias. A construção de apoio se dá pelo diálogo”.(TB)

Foto: divulgação

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