sábado, 27 de julho de 2024
Euro 6.1392 Dólar 5.6717

BERNARDO DE MENEZES – CRUZEIROS RETOMAM CRESCIMENTO, MAS TRIBUTOS AINDA DIFICULTAM

Redação - 30/12/2019 09:59

Outrora elitizado e agora cada vez mais acessível ao cidadão comum, o cruzeiro marítimo é uma modalidade de turismo que caminha para a terceira temporada consecutiva de crescimento no Brasil, embora reivindique do governo ventos mais favoráveis para deslanchar. Mesmo assim, o setor se recupera após uma forte redução do número de navios a partir da temporada 2012-2013 e nas outras duas subsequentes.

A temporada anterior ocorreu de 13 de novembro de 2018 a 18 de abril desse ano, com sete navios, e gerou 31.992 postos de trabalho (15,3% a mais que no período anterior). Embora haja motivos para comemorar um impacto na economia acima de R$ 2,2 bilhões estimado para os cinco meses da temporada 2018-2019 (cerca de 6% superior à anterior), o argumento é de que ainda há muita coisa a ser feita para o aproveitamento pleno do potencial brasileiro e a tão desejada expansão do segmento no país.
O setor reivindica avanços e ajustes na regulação trabalhista, tributária, infraestrutura e desenvolvimento de novos destinos. Seus dirigentes destacam como forte empecilho à expansão a cobrança dos tributos incidentes sobre a importação, ou seja, o Imposto de Importação (II), o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), bem como o PIS e a Cofins-Importação. Eles asseguram que isso afeta o preço final e torna o Brasil pouco competitivo.

O pagamento destes impostos está diretamente vinculado à venda das mercadorias importadas dentro dos navios durante as operações de cruzeiros. Vale lembrar que grande parte da receita das empresas do ramo não advém diretamente da venda de cabines, mas principalmente da comercialização de bens e serviços a bordo. Assegura-se que as mercadorias vendidas nos navios são taxadas em 35% e o combustível, em 18%, itens que no exterior seriam isentos de impostos.

Em abril, dirigentes regionais da Cruise Lines International Association (CLIA – a maior organização comercial da indústria de cruzeiros do mundo) renovaram seu pleito junto ao governo, desta vez em conversa com o presidente Jair Bolsonaro que, segundo informaram, se mostrou receptivo à proposta de isonomia e a encaminharia para estudos no Ministério da Economia. Os navios da temporada 2019-2020 já navegam pela costa a sul-americana (Brasil, Uruguai e Argentina).

Copyright © 2023 Bahia Economica - Todos os direitos reservados.