Caro leitor, enquanto você está lendo esta reportagem, um contador não pára de correr. E você tem um papel importante nisso, pois é o seu dinheiro que está em jogo, uma vez que o Brasil é o dos países onde mais se paga impostos no mundo. De acordo com o Impostômetro, sistema criado pela Associação Comercial do Estado de São Paulo (Acesp), nós brasileiros, até pouco depois das 15h de ontem, pagamos mais de R$ 2,4 trilhões em tributos. Isso é 4,3% do registrado no mesmo período de 2018.
Para se ter uma ideia, com esse dinheiro você poderia comprar 1.461.434 apartamentos de 126 m², com três quartos, quartos suíte, duas garagens, em um dos bairros mais nobres do Rio de Janeiro, o de Botafogo. Mas, se as suas pretensões são mais “modestas”, você poderia também comprar mais de 77 milhões de unidades do carro Fiat Mobi 1.4. Pensa em aplicar esse dinheiro na poupança? Se assim for, o mais de R$ 2 tri renderiam, somente de juros, mais de R$ 466 milhões por dia.
De acordo com o economista da ACSP, Marcel Solimeo, com base no atual momento econômico, já era esperado que os brasileiros pagassem mais impostos. “O esforço que as autoridades vêm fazendo com o teto dos gastos tem tido resultados muito lentos se considerar a urgência da redução no gasto governamental”, afirmou.
O especialista também argumenta que para reverter esse cenário é preciso mais eficácia no corte dos gastos e na gestão das contas públicas. “O Brasil possui uma das cargas tributárias mais altas do mundo, equivalente ou até superior à carga de nações desenvolvidas. É uma tributação de primeiro mundo que deveria retornar à população por meio de serviços essenciais e políticas públicas de qualidade”, explicou Solimeo.
BAHIA
Se formos botar na conta apenas àqueles que moram no estado da Bahia, os índices são ainda maiores quando o assunto é o pagamento de impostos. Até meados da tarde desta quinta-feira, já foram pagos pouco mais de R$ 78,7 bilhões, contra cerca de R$ 74,3 bi registrados no mesmo período de 2018: um acréscimo de 6%. Segundo os dados, a Bahia responde 2,92% da arrecadação de todo o país. São Paulo, com mais de R$ 843 bi em impostos pagos, possui pouco mais de 37% da arrecadação nacional.
MUNICÍPIOS
Com relação aos municípios baianos, os moradores de Salvador também pagaram mais impostos até agora do que em relação a 2018. Conforme o impostômetro, o contribuinte soteropolitano pagou 8% a mais de tributos, sendo quase R$ 2,5 bi, até agora, contra pouco mais de R$ 2,3 bi até o dia 19 de dezembro de 2018. A capital baiana responde por cerca de 3,17% da arrecadação de todo o estado, apenas em 2019.
Outras cidades do interior do estado, assim como municípios da Região Metropolitana de Salvador (RMS) tiveram aumentos quanto ao pagamento de impostos, em relação a 2018. Em Camaçari, o acréscimo foi de 7,18% (de R$ 323 milhões para R$ 348 milhões). Já em Lauro de Freitas, a elevação foi de 3,65% (de R$ 158 mi para R$ 164 mi). Em Feira de Santana, a subida foi de 1,6% (de R$ 294 mi para R$ 299 mi).
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