O preço do dólar tem deixado o sonho daquela viagem internacional mais distante, ou pelo menos mais caro. É que a cotação da moeda americana está em viés de alta e ontem fechou a R$ 4,24 (na modalidade comercial a vista, que é a referência do mercado). É o maior valor na história do real. E poderia ter fechado com uma cotação ainda maior caso o Banco Central não efetuasse uma operação de venda de reservas para conter a desvalorização da moeda brasileira. Na máxima do dia, a divisa americana encostou em R$ 4,28.
O dólar turismo fechou o pregão de ontem a R$ 4,41 para a venda (câmbio oficial divulgado pelo Banco Central). Mas em Salvador, o dólar nessa modalidade variou de R$ 4,37 a R$ 4,56 em dez casas de câmbio da cidade. Uma forma de traduzir esses números para vida das pessoas é constatar que viajar ficou mais difícil.
A administradora e coaching empresarial Zaíra Vasconcelos, 61 anos, não sabe se poderá visitar o filho, Rodrigo, 19, que mora há 4 anos nos Estados Unidos. “Quando ele vem, nesta época do ano, para as festas, eu e o pai geralmente voltamos com ele, para passar mais um tempo junto. Este ano, não vamos conseguir ir”, detalhou.
Deixar a compra da moeda para dias antes de uma viagem, que tem sido a escolha de muitos baianos, pode não ser a melhor estratégia. “As pessoas ficam esperando que algo aconteça no governo, ou no cenário internacional que faça o dólar cair, e em cima da hora acabam comprando a moeda ainda mais cara”, explica Daniel Franco, responsável pelo setor comercial da Prime Câmbio. (Correio)
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