Depois de 4h30 de sessão, o réu, o barbeiro Paulo Sérgio Ferreira de Santana, foi anunciado para dar seu depoimento no Tribunal do Júri, no Fórum Ruy Barbosa, na manhã desta quinta-feira (21). Com o semblante tranquilo, confiando na estratégia de sua defesa, ele se sentou em uma cadeira em frente à juíza Gelzi Maria Almeida Souza, que preside o júri, para apresentar sua versão sobre o assassinato do mestre de capoeira Romualdo Rosário da Costa, o mestre Moa do Katendê. Entre as declarações, o homem afirmou que foi provocado e agiu em “um momento de fúria”.
Paulo Sérgio foi denunciado pelo Ministério Público do Estado (MP-BA) à Justiça pelo crime de homicídio qualificado – por futilidade e impossibilidade de defesa da vítima -, além de tentativa de homicídio contra o primo de Moa, Germínio do Amor Divino, 51, que também foi esfaqueado no braço direito no dia do crime, 8 de outubro de 2018.
Mestre Moa foi morto com mais de 10 facadas durante uma briga após uma discussão política no ano passado. Acusado pelo MP, Paulo Sérgio está preso desde o dia do assassinato, quando foi autuado em flagrante dentro da sua própria casa. Após audiência de custódia, o barbeiro teve a prisão preventiva decretada pela Justiça e aguardou o julgamento do Tribunal do Júri no Complexo Penitenciário da Mata Escura.
Com uma camisa social de manga longa de cor clara, o réu respondeu a todos os questionamentos da juíza sobre seu envolvimento no crime. Ele afirmou em depoimento que, no dia do crime, passou pelo bar de seu João, onde matou o capoeirista, e viu que o estabelecimento estava aberto, o que não era de costume para o horário, e decidiu entrar para tomar uma cerveja.
Foi no bar, naquele dia, que Paulo Sérgio encontrou o mestre Moa e Germínio discutiram sobre preferências políticas. Na época, os ânimos estavam exaltados por conta da eleição presidencial, que tinham como candidatos Jair Bolsonaro e Fernando Haddad.
Paulo Sérgio contou que, ao afirmar sua escolha política, mestre Moa questionou por que ele votaria em Jair Bolsonaro, usando palavras de baixo calão.
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