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ROGER LEVANTA DEBATE SOBRE RACISMO E ELOGIA POSTURA DO BAHIA

Redação - 14/11/2019 11:19

Os resultados obtidos pelo Bahia no decorrer da temporada tem colocado o técnico Roger Machado sob os holofotes da mídia e do público. No entanto, as declarações fora dos gramados também tem repercutido positivamente, tornando-o a principal figura na luta contra o racismo dentro do esporte nacional.

Em entrevista ao site The Intercept Brasil, Roger afirmou que não foi vítima de qualquer tipo de preconceito enquanto atuava como jogador, porém reforçou que o negro no futebol sofre com a ‘estrutura racista’ quando busca desempenhar alguma atividade que exija competência intelectual.

“Como jogador não sofri barreiras. O racismo estrutural entende que, como jogador, eu estaria num lugar de direito. Ao participar como agente desse espetáculo, nos tornamos mais brancos, o que nos permite no máximo circular em ambientes aos quais normalmente teríamos pouco acesso. Já como treinador, por exercer um lugar de liderança e gestão, em alguns momentos percebo que não me concedem o direito de estar ali. O racismo estrutural não vê, ou não admite, que somos capazes de ocupar atividade que exija competência intelectual para desenvolvê-la. A prova mais evidente da existência do racismo estrutural é a quase inexistência de ex-atletas negros em importantes atividades extracampo, digamos assim. Mas a afirmação não vale para ex-atletas brancos, que circulam com desenvoltura por quase todas as áreas. Para os ex-atletas negros o limite máximo, e os casos são raros, tem sido à beira do campo. Fora dali o negro não é denunciado pela competência ou incompetência, mas pela cor”, comentou.

Ao ser questionado sobre o posicionamento do Bahia na defesa das minorias, Roger foi enfático e afirmou que não participa da construção das ações, porém se mostrou feliz com a forma como o clube tem discutido esses temas.

“O ambiente é melhor possível, pois existe muito respeito dentro do clube. Não participo das ações, pois já existe o Núcleo de Ações Afirmativas, mas todas elas me deixam com muito orgulho de fazer parte do clube nesse momento histórico de transformação”.

O NAA, citado por Roger, é um grupo de torcedores, conselheiros e funcionários que buscam promover ações de combate ao racismo, lgbtfobia, entre outros tipos de preconceito. O grupo foi formado em 2018.

*Foto: Reprodução -DIVULGAÇÃO-Bahia

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