O deputado estadual Targino Machado (Democratas), líder da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia, pediu ao governador Rui Costa (PT) explicações sobre os sucessivos cortes realizados no orçamento das universidades estaduais. Diante da repercussão nacional do tema, Targino acredita que o governador deve explicações ao povo da Bahia, já que o próprio Rui criticou o governo federal após o anúncio de contingenciamento nas universidades federais.
“O governador precisa se manifestar, pois os números são preocupantes. Os cortes realizados comprometem o funcionamento das quatro universidades estaduais, dificultam o trabalho dos professores e prejudicam os alunos. Os cortes chegam a quase 30% no ano, um percentual realmente expressivo. Rui, que saiu em defesa das universidades federais, tem que defender também as estaduais, que são de sua responsabilidade”, afirma o líder da oposição.
Levantamento feito pela oposição com base em dados da Sefaz apontam que o governo empenhou, até a última quinta-feira (24), apenas 64% do orçamento anual das universidades, faltando somente dois meses para o final do ano. O orçamento total das instituições é de R$ 1,5 bilhão, mas só R$ 945 milhões foram empenhados, faltando apenas praticamente dois meses para o final do ano.
Quem mais tem sofrido com os cortes nos repasses são as universidades estaduais de Feira de Santana e de Santa Cruz (Uesc), que receberam 58% de seus orçamentos até agora. Para a Uefs, foi orçado o valor anual de R$ 322 milhões, mas só foram empenhados até agora R$ 189 milhões. Para a Uesc, o orçamento previsto é de R$ 279 milhões, enquanto o valor empanhado está em R$ 162 milhões.
Para a Uneb, o orçamento previsto é de R$ 591 milhões, mas até agora só foi empenhado R$ R$ 384,5 milhões. Já a Uesb tem verba total de R$ 320 milhões para o ano, mas o governo só mandou até agora R$ 208,5 milhões. “Aguardamos, ainda, um posicionamento dos deputados que saíram em defesa das universidades federais quando a União anunciou contingenciamento. Será que estes deputados só defendem a universidade pública por conveniência política? Quero crer que não…”, alfineta Targino.
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