A mancha de óleo que se espalha pelo Nordeste já sujou as praias de Salvador, Praia do Forte, Itaparica e está semana atingiu Morro de São Paulo. E dezenas de praias no Nordeste e na Bahia estão recebendo toneladas de petróleo, naquele que já é considerado o maior desastre ecológico do litoral brasileiro. Apesar disso, a ação do governo federal, continua desarticulada e descoordenada e deixa a desejar em relação ao tamanho da catástrofe.
Se, por exemplo, quase mil toneladas de óleo atingisse as praias de Ipanema ou Copacabana, no Rio de Janeiro, o que se veria no país seria uma comoção nacional e o governo imediatamente nomearia um gabinete de crise e destinaria todo dinheiro disponível para reverter o quadro, ao tempo em que todas as redes de TV estariam ao vivo e em cores transmitindo cada passo do desastre. Mas no Nordeste nada é prioridade, nem mesmo uma monumental catástrofe ecológica. E, no entanto, o impacto ambiental e econômico do desastre é enorme e atinge em cheio um dos principais setores da economia baiana e nordestina, prejudicando milhares de pessoas e afetando diretamente toda a cadeia produtiva do turismo e da produção e consumo de pescado.
Por isso, é preciso que a sociedade civil, os artistas e as lideranças politicas – especialmente os deputados e senadores que nos representam no Congresso Nacional – coloquem a boca no trombone, denunciem a catástrofe, e digam ao governo o que a Bahia quer. E o que a Bahia quer, assim como os demais estados do Nordeste, é saber de quem é a reponsabilidade pelo desastre, é ver o Ministério do Meio Ambiente agindo com mais eficiência, e o Ministério da Economia viabilizando recursos para os estados e municípios atingidos e viabilizando crédito para os empresários que foram prejudicados. É ver o Sebrae criando programas para apoiar o pequeno produtor e as associações de pescadores, é ver Ministério do Turismo tomando medidas compensatórias para evitar a redução do fluxo de turistas.
O turismo é dos principais setores da região na geração de emprego e renda e está prestes a entrar na alta temporada sem que ninguém saiba sequer quanto petróleo ainda vai chegar às nossas praias. O que sabe é que Bahia e os demais estados do Nordeste exigem uma ação mais efetiva e coordenada por parte do governo federal, antes que a mancha de óleo do descaso tome conta de Brasília.
TURISMO RELIGIOSO
A homenagem a Santa Dulce dos Pobres realizada no último domingo na Arena Fonte Nova reuniu 52 mil pessoas, entre baianos e turistas, e a taxa média de ocupação dos hotéis atingiu 100% no entorno da Arena. O evento gerou renda e ocupação, e mostra que o turismo religioso é uma vocação da cidade da Bahia. Em breve, Santa Dulce vai trazer milhares de turistas para trilhar o Caminho da Fé, percurso que liga o Memorial Irmã Dulce a Basílica do Senhor do Bonfim, um projeto de R$ 16 milhões que esta sendo tocado pela Prefeitura. Tudo indica que Santa Dulce do Pobres vai fazer outro milagre e tornar Salvador a capital brasileira do turismo religioso.
ARENA RELIGIOSA
A Arena Fonte Nova foi o palco da homenagem a Santa Dulce e o evento consolidou o tripé sobre o qual está sustentada uma das mais bem sucedidas Parcerias-Público- Privadas do país. Esse tripé, que tinha o futebol e os eventos de negócios e entretenimento como pilares econômicos do projeto, consolidou um terceiro pilar: os dos eventos sociais e beneficentes. O equipamento já havia se posicionado como um player na área de eventos voltados para entretenimento e negócios e agora se insere como um player na cadeia dos eventos sociais e religiosos. Basta ver que em 2019, a Arena vai receber 1,5 milhão de pessoas, um aumento de 33% em relação a 2018.
Publicado no jornal A Tarde em 24/10/2019