As mulheres negras são as responsáveis por movimentar cerca de R$704 bilhões por ano no Brasil, segundo pesquisa do Instituto Locomotiva. Porém, a falta de reconhecimento econômico no mundo empresarial é o principal fator que contribui para a invisibilidade das mulheres negras.
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, o valor estimado a partir do cruzamento de dados de renda e consumo do grupo, representa cerca de 16% do consumo nacional. Isso ocorre, porque elas possuem um poder de decisão financeira maior que o percebido, pois muitas administram as compras do lar e influenciam nos gastos dos parentes.
Para o presidente do instituto, Renato Meirelles, “as negras formam um mercado gigantesco, mas que não está no radar das empresas”. Elas são o maior grupo da população. Somam quase 60 milhões de pessoas —28% dos brasileiros, segundo a PNAD contínua do IBGE (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Nos quadros executivos das 500 maiores empresas do Brasil, a presença delas é de 0,4%, apenas 17% dos comerciais de TV protagonizados por mulheres são estrelados por negras, segundo pesquisa da agência Heads. A desconexão é percebida: 83% das consumidoras negras afirmam que as mulheres das propagandas são muito diferentes delas, de acordo com o levantamento da Locomotiva.
O levantamento também identificou o que elas pretendem comprar no próximo ano: móveis (36%) eletrodomésticos (33%) e carro (27%) apareceram no topo da lista. Ainda segundo Meirelles, a pesquisa mostra ainda que a mulher negra quer se ver representada e pode se afastar de marcas que não considerem a diversidade.
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