Um levantamento divulgado nesta quarta-feira (18) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) enfatizou que os rendimentos reais médios apresentaram uma queda de 0,2% no segundo trimestre de 2019 em comparação com o mesmo trimestre de 2018, e uma queda de 1,3% em relação ao trimestre anterior. Essa queda está relacionada ao avanço da informalidade que, embora tenha forçado a queda do desemprego e aumentado a massa salarial do país – soma de todos os rendimentos pagos a todos os trabalhadores – tem salários mais baixos. Além disso, mesmo na geração de vagas formais, os salários oferecidos são menores.
Segundo o Ipea, a grande maioria das vagas geradas no país no último ano possui remuneração máxima de dois salários mínimos. Além disso, somente as duas primeiras faixas salariais tiveram saldos positivos, ou seja, o número de contratações superou o de demissões. “Adicionalmente, nota-se que os efeitos da crise econômica sobre o mercado de trabalho, sobretudo em 2015 e 2016, geraram não apenas uma expressiva dispensa de trabalhadores como também uma queda dos salários de contratação, dado que a única faixa de emprego com saldo positivo no período era a que remunerava até 1,0 salário mínimo. A partir de 2017, o país voltou a gerar vagas com salários entre 1,01 e 2,0 salários mínimos, no entanto em proporções mais modestas”, destacou.
O Ipea enfatizou ainda que, ao longo dos últimos 12 meses, os quatro maiores setores empregadores do país – indústria de transformação, construção civil, comércio e serviços – registraram “uma destruição de vagas com salário superior” diante da criação maior de vagas com remuneração entre um e dois salários mínimos.